Chico e Bezerra


Em seu livro “Mediunidade”, Divaldo Franco conta que Chico Xavier, além da tradicional sopa distribuída na casa espírita de que participava, tinha o hábito de realizar visitas a famílias necessitadas, sem horário definido e fazendo-o, por vezes, mesmo à noite.
O médium, ainda em Pedro Leopoldo, costumava visitar pessoas que ficavam embaixo de uma velha ponte, numa estrada abandonada. Iam ele, sua irmã Luiza e mais duas ou três pessoas muito pobres de sua comunidade. E, na medida que eles aumentavam a freqüência de visitas, os necessitados foram se avolumando, e mal conseguiam alimentos suficientes para o grupo. Afinal, as doações eram custeadas com seus próprios salários.

O esposo de Luíza, que era fiscal da prefeitura, recolhia na xepa das feiras-livres legumes e outros alimentos, e que eram doados para distribuir anonimamente, nos sábados, à noite, aos necessitados da ponte.

Um dia, porém, o pequeno grupo não tinha absolutamente nada. Decidiu-se, então, não irem, pois aquela gente estava com fome e nada teriam para oferecer. E eles próprios estavam vivendo com extremas dificuldades.

Foi quando apareceu-lhe o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, que sugeriu colocassem algumas garrafas com água, que seria magnetizada para ser distribuída, havendo, ao menos, alguma coisa para dar.

Feito isto, o líquido teria adquirido um suave perfume, e então o Chico tomou as moringas e, com suas amigas, após a reunião convencional do sábado, dirigiram-se à ponte.

Quando lá chegaram encontraram umas 200 pessoas, entre crianças, adultos, enfermos em geral, pessoas com graves problemas espirituais, necessitados.

“Lá vem o Chico”, gritou alguém, enquanto o médium, constrangido e angustiado, pretendeu explicar a ocorrência.

Levantou-se e falou: “Meus irmãos, hoje nós não temos nada”, e narrou a dificuldade. As pessoas ficaram logo ofendidas, tomando atitudes de desrespeito e ele começou a chorar. Neste momento, uma das assistidas levantou-se e disse: “Alto lá! Este homem e estas mulheres vêm sempre aqui nos ajudar e hoje, que eles não têm nada para nos dar, vamos nós dar-lhes alguma coisa. Vamos dar-lhes a nossa alegria, vamos cantar, vamos agradecer”!

Neste momento, apareceu um caminhão carregado e o motorista procurava por Chico Xavier. Quando ele atendeu, o motorista perguntou se ele se lembrava de um certo Dr. Fulano de Tal? Chico recordava-se de um senhor de boa posição financeira, morador de São Paulo, que um ano antes estivera em Pedro Leopoldo e lhe contara o drama de vivia.

Seu filho falecera e o desespero atormentava o casal. Durante a reunião, o jovem veio trazido pelo Dr. Bezerra de Menezes e escreveu uma consoladora mensagem. Ambos ficaram muito gratos e garantiram que haveriam de retribuir a ajuda.

Foi quando o motorista lhe narrou: “Estou trazendo este caminhão de alimentos mandado pelo Dr. Fulano de Tal, que me deu o endereço do Centro onde deveria entregar a carga, mas tive um problema na estrada e atrasei; quando cheguei, estava tudo fechado”.

“Olhei para os lados - prosseguiu o motorista - e apareceu-me um senhor de idade com barbas brancas, e perguntou o que eu desejava. Disse que estava procurando Chico Xavier e ele me falou que, debaixo de uma ponte caída, estaria seu grupo. Este homem insistiu, ainda, para que dissesse ao Sr. que foi ele quem o orientou”.

“E qual o seu nome?”, perguntou o médium.

“Bezerra de Menezes”, respondeu o motorista.

Suas amigas ficaram espantadas, mas Chico limitou-se a dizer: “É um velho amigo”...

José Carreras e Plácido Domingos, Uma História Real


José Carreras e Plácido Domingos






Uma história real Acho essa história maravilhosa e fiquei encantada por ela ter acontecido de verdade!
Não era fã de Plácido Domingo, mas a partir dai fiquei! Possivelmente você já ouviu ao menos falar sobre os três tenores. O italiano Luciano Pavarotti, os espanhóis Plácido Domingos e José Carreras.
É possível mesmo que os tenha assistido pela TV, abrilhantando eventos como Copa do Mundo de futebol.

O que talvez você não saiba é que Plácido Domingos é madrileno e José Carreras é catalão. E há uma grande rivalidade entre madrilenos e catalães.

Plácido e Carreras não fugiram à regra. Em 1984, por questões políticas,tornaram-se inimigos.
Sempre muito requisitados em todo o mundo, ambos faziam constar em seus contratos que só se apresentariam se o desafeto não fosse convidado.

Em 1987, Carreras ganhou um inimigo mais implacável que Plácido Domingos. Foi surpreendido por um terrível diagnóstico de leucemia. Submeteu-se a vários tratamentos, como auto-transplante de medula óssea etrocas de sangue. Por isso, era obrigado a viajar mensalmente aos Estados Unidos.

Claro que sem condições para trabalhar, e com o alto custo das viagens edotratamento, logo sua razoável fortuna acabou.Sem condições financeiras para prosseguir o tratamento, Carreras tomou conhecimento de uma instituição em Madrid, denominada Fundación Hermosa. Fora criada com a finalidade única de apoiar a recuperação de leucêmicos. Graças ao apoio dessa fundação, ele venceu a doença. E voltou a cantar.

Tornando a receber altos cachês, tratou de se associar à fundação. Foi então que, lendo os estatutos, descobriu que o fundador, maior colaborador e presidente era Plácido Domingos. Mais do que isso. Descobriu que a fundação fora criada, em princípio, para atender a ele, Carreras. E que Plácido se mantinha no anonimato para não o constranger por ter que aceitar auxílio de um inimigo.
Momento extraordinário, e muito comovente aconteceu durante uma apresentação de Plácido, em Madrid. De forma imprevista, Carreras interrompeu o evento e se ajoelhou a seus pés.
Pediu-lhe desculpas. Depois, publicamente lhe agradeceu o benefício de seu restabelecimento.
Mais tarde, quando concedia uma entrevista na capital espanhola, uma repórter perguntou a Plácido Domingos por que ele criara a Fundación Hermosa. Afinal, além de beneficiar um inimigo, ele concedera a oportunidade de reviver a um dos poucos artistas que poderiam lhe fazer alguma concorrência.

A resposta de Plácido Domingo foi curta e definitiva:"

-Porque uma voz como essa não se podia perder."

Desejo-lhe o suficiente.


Recentemente, ouvi uma mãe e sua filha em seus últimos momentos juntos no aeroporto, quando a partida da filha tinha sido anunciada. De pé perto do portão de segurança, elas se abraçaram e a mãe disse "Eu te amo e te desejo o suficiente." A filha respondeu: "Mãe, nossas vidas juntas tem sido mais do que suficiente. Seu amor é tudo que eu sempre precisei. Desejo-lhe suficiente, também, mãe." Elas se beijaram e a filha partiu.

A mãe foi até a janela onde eu estava sentado. Parado ali, eu podia ver que ela queria e precisava chorar. Tentei não me intrometer em sua privacidade, mas ela me acolheu perguntando: "Você já disse adeus a alguém sabendo que seria para sempre?" "Sim, já", eu respondi. "Perdoe-me por perguntar, mas por que isso é um adeus para sempre?" "Bom, eu estou velha e ela mora tão longe. Tenho desafios pela frente e a realidade é que a próxima viagem de volta será para o meu funeral", disse ela.

Quando você estava se despedindo, eu ouvi você dizer: " Desejo-lhe o suficiente." Posso perguntar o que isso significa? "

Ela começou a sorrir.

"É um desejo que tem sido passado de outras gerações. Meus pais costumavam dizer isso para todo mundo."

Ela fez uma pausa e olhou para cima como se estivesse tentando se lembrar em detalhes e sorriu mais ainda.

Quando dizemos "Desejo o suficiente" estamos desejando à outra pessoa que tenha uma vida cheia de coisas boas o suficiente para sustentá-las ". Em seguida, voltando-se para mim, ela compartilhou o seguinte, recitando-lo da memória:

Desejo-lhe sol o suficiente, para manter suas atitudes brilhantes.

Desejo-lhe chuva o suficiente, para apreciar o sol mais ainda.

Desejo-lhe felicidade o suficiente, para manter seu espírito vivo.

Desejo-lhe pequenas dores o suficiente, para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores.

Desejo-lhe que ganhe o suficiente para satisfazer seus desejos.

Desejo-lhe que perca o suficiente, para apreciar tudo que possui.

Desejo-lhe que tenha "olá" o suficiente te acompanhando até o seu último adeus. "

Ela, então, começou a chorar e foi embora.

Dizem que levamos um minuto para encontrar uma pessoa especial. Uma hora para apreciá-las. Um dia para amá-las. E uma vida inteira para esquecê-las.

- Autor desconhecido

SABEDORIA CELTA


Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica só se sente.
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente às suas costas.
Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que respondas ao chamado do teu Dom e encontre a coragem para seguir-lhe o caminho.
Que a chama da raiva te liberte da falsidade.
Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante e que a ansiedade jamais te ronde.
Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma.
Que tenhas vagar para celebrar os milagres silenciosos que não buscam atenção.
Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma.
Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada tecida em torno do cerne do assombro.
Que a chuva caía de mansinho em seus campos...
E, até que nos encontremos de novo.
Que os Deuses lhe guardem na palma de Suas mãos.
Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença.
Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.
Que recebas grande encorajamento quando novas fronteiras acenam.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!

O Pão do Cristo


Numa tarde fria de inverno, encontrava-se nas imediações de um clube social, quando viu chegar um casal.

Víctor lhe pediu algumas moedas para poder comprar algo para comer.

- Sinto muito, amigo, mas não tenho trocado - disse ele.

Sua esposa, ouvindo a conversa perguntou:

- Que queria o pobre homem?

- Dinheiro para comer. Disse que tinha fome - respondeu o marido,

- Lorenzo, não podemos entrar e comer uma comida farta que não necessitamos e deixar um homem faminto aqui fora!

- Hoje em dia há um mendigo em cada esquina! Aposto que quer dinheiro para beber!

- Tenho uns trocados comigo. Vou dar-lhe alguma coisa!

Mesmo de costas para eles, Vitor ouviu tudo que disseram.

Envergonhado, quería afastar-se correndo dalí, mas neste momento ouviu a amável voz da mulher que dizia:

- Aquí tens algumas moedas. Consiga algo de comer, ainda que a situação esteja difícil, não perca a esperança. Em algum lugar existe um trabalho para você. Espero que encontre.

- Obrigado, senhora. Acabo de sentir-me melhor e capaz de começar de novo. A senhora me ajudou a recobrar o ânimo! Jamais esquecerei sua gentileza.

- Você estará comendo o Pão de Cristo! Partilhe-o - disse ela com um largo sorriso dirigido mais a um homem que a um mendigo.

Víctor sentiu como se uma descarga elétrica lhe percorresse o corpo.

Encontrou um lugar barato para se alimentar um pouco. Gastou a metade do que havia ganho e resolveu guardar o que sobrara para o outro dia, comeria 'O Pão de Cristo' dois dias.

Uma vez mais aquela descarga elétrica corria por seu interior. O PÃO DE CRISTO!

- Um momento!, - pensou, não posso guardar o Pão de Cristo somente para mim. Parecia-lhe escutar o eco de um velho hino que tinha aprendido na escola dominical. Neste momento, passou a seu lado um velhinho.

- Quem sabe, este pobre homem tenha fome - pensou - tenho que partilhar o Pão de Cristo.

- Ouça - exclamou Víctor- gostaría de entrar e comer uma boa comida?

O velho se voltou e encarou-o sem acreditar.

- Você fala serio, amigo? O homem não acreditava em tamanha sorte, até que estivesse sentado em uma mesa coberta, com uma toalha e com um belo prato de comida quente na frente.

Durante a ceia, Víctor notou que o homem envolvia um pedaço de pão em sua sacola de papel.

- Está guardando un pouco para amanhã? Perguntou.

- Não, não. É que tem um menininho que conheço onde costumo freqüentar que tem passado mal ultimamente e estava chorando quando o deixei.
Tinha muita fome. Vou levar-lhe este pão.

- O Pão de Cristo! Recordou novamente as palavras da mulher e teve a estranha sensação de que havia um terceiro convidado sentado naquela mesa. Ao longe os sinos da igreja pareciam entoar o velho hino que havia soado antes em sua cabeça.

Os dois homens levaram o pão ao menino faminto que começou a engolí-lo com alegria.

De repente, se deteve e chamou um cachorrinho. Um cachorrinho pequeno e assustado.

- Tome cachorrinho. Te dou a metade - disse o menino. O Pão de Cristo alcançará tambem você.

O pequeno tinha mudado de semblante. Pôs-se de pé e começou a vender o jornal com alegria.

- Até logo!, disse Vitor ao velho. Em algum lugar haverá um emprego.
Não desespere!

- Sabe? - sua voz se tornou em um susurro - Isto que comemos é o Pão de Cristo. Uma senhora me disse quando me deu aquelas moedas para comprá-lo. O futuro nos presenteará com algo muito bom!

Ao se afastar, Vitor reparou o cachorrinho que lhe farejava a perna.
Se agachou para acariciá-lo e descobriu que tinha uma coleira onde  estava gravado o nome e endereço de seu dono.

Víctor caminhou um bom pedaço até a casa do dono do cachorro e bateu na porta.

Ao sair e ver que havia sido encontrado seu cachorro, o homem ficou contentíssimo, e logo sua expressão se tornou séria. Estava por repreender Vitor, que certamente lhe havia roubado o cachorro, mas não o fez pois Victor mostrava no rosto um ar e dignidade que o deteve.

Disse então:

- No jornal de ontem, oferecí uma recompensa pelo resgate. Tome!!

Victor olhou o dinheiro meio espantado e disse:

- Não posso aceitar. Somente queria fazer um bem ao cachorrinho.

- Pegue-o! Para mim, o que você fez vale muito mais que isto! Você precisa de um emprego? Venha ao meu escritório amanhã. Faz-me muita falta uma pessoa íntegra como você.

Ao voltar pela avenida aquele velho hino que recordava sua infância, voltou a soar em sua alma. Chamava-se
'PARTE O PÃO DA VIDA',
'NÃO O CANSEIS DE DAR, MAS NÃO DÊS AS SOBRAS,
DAI COM O CORAÇÃO, MESMO QUE DOA'.

QUE O SENHOR NOS CONCEDA A GRAÇA DE TOMAR NOSSA CRUZ E SEGUÍ-LO, MESMO QUE DOA!

JÓIAS DEVOLVIDAS


JÓIAS DEVOLVIDAS

Narra antiga lenda árabe, que um rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.
Certa vez, por imperativos da religião, o rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.
No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.
A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.
Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?
Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.
Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.
Alguns dias depois, num final de tarde, o rabi retornou ao lar.
Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...
Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.
Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. A esposa lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.
Ela, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.
O marido, já um pouco preocupado perguntou: O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.
Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas joias de valor incalculável, para que as guardasse. São joias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!
O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?
Ora, mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?
É que nunca havia visto joias assim! São maravilhosas!
Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.
Mas eu não consigo aceitar a ideia de perdê-las!
E o rabi respondeu com firmeza: Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!
Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo.
Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As joias preciosas eram nossos filhos.
Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram.
O rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.
* * *             * * *                      * * *                      * * *                      * * *
Os filhos são quais joias preciosas que o Criador nos confia a fim de que os ajudemos a burilar-se.
Não percamos a oportunidade de auxiliá-los no cultivo das mais nobres virtudes. Assim, quando tivermos que devolvê-los a Deus, que possam estar ainda mais belos e mais valiosos.

Redação do Momento Espírita

O PODER DE UM CRACHÁ




Um policial federal vai a uma fazenda e diz ao dono, um velho fazendeiro:
- Preciso inspecionar sua fazenda. Há uma denúncia de plantação ilegal de maconha.
O fazendeiro diz:
-Ok, mas não vá naquele campo ali." E aponta para uma determinada área.
O oficial P...' da vida diz indignado:
- O senhor sabe que tenho o poder do governo federal comigo?"
e tira do bolso um crachá mostrando ao fazendeiro:
-Este crachá me dá a autoridade de ir onde quero.... e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta. Está claro? me fiz entender?"
O fazendeiro todo educado pede desculpas e volta para o que estava fazendo.
Poucos minutos depois o fazendeiro ouve uma gritaria e vê o oficial do governo federal correndo para salvar sua própria vida perseguido pelo Santa Gertrudes, o maior touro da fazenda.  A cada passo o touro vai chegando mais perto do oficial, que parece que será chifrado antes de conseguir alcançar um lugar seguro. O oficial está apavorado.

O fazendeiro larga suas ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões:

- "Seu Crachá, mostra o seu CRACHÁ!”

"Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível"


Vale a pena ser lida até o fim 
Pesquisa sobre a invisibilidade social

COMO VOCE TRATA AS PESSOAS MAIS 
 "HUMIILDES PROFISSIONALMENTE"
 
 
"Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível" (PUBLICAÇÃO DIÁRIO DE SÃO PAULO)
 Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da  "invisibilidade pública". Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social
 O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são "seres invisíveis, sem nome".
 Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da "invisibilidade pública", ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
 Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: "Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari,  pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência", explica o pesquisador.
 O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. "Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão", diz.
 Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações  diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.
 Diário - Como é que você teve essa idéia?
Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de  atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.
 Diario - Com que objetivo?
A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública.
 Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que  se operam no encontro do psicólogo social com os garis. Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação?
  Diario - Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?
Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial, porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente olhar ou de
 posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.
 Diario - Dê um exemplo?
 Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis. De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: "É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não.
 Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão".
 Diario - Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente?
 Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari.
 Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente.
 As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.
 Diario - Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?
Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger.
 Diario - Eles testaram você?
No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações  ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.
 Diario - O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era
 como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
 Diario - E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
 E quando você volta para casa, para seu mundo real?
 Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas  periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome.
 São tratados como se fossem uma coisa.
 
José Trevisan
Psicólogo clínico, escolar e organizacional CRP 06/16442;
Professor universitário; RH e estratégias de gestão;
Trabalhou por 30 anos na área de Recursos Humanos;
Congressista USA 1996/97 missão brasileira Suécia 1999;
Estágio Alemanha e Espanha;
Especializou-se na área de psicologia clínica;

Trabalha pessoas com transtorno pós-traumático com EMDR:" Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimento Oculares"; Hipnose e Gestalt e outras abordagens da psicologia;
Gravou um CD: "Curando suas feridas com relaxamento e meditação"; Atua com consultoria e treinamentos comportamentais e motivacionais para empresas - Leader Training. 
Formatação: Fátima Oliveira
Imagens: Google
Midi: Amanhã-Guilherme Arantes

O TESOURO DE BRESA


O TESOURO DE BRESA
              O árabe, com sua prodigiosa imaginação, faz a lenda surgir de todos os recantos do deserto, e como são interessantes as lendas que os baduínos e caravaneiros vão colher para além dos oásis... Malba Tahan era um verdadeiro caçador de lendas. A lenda abaixo atesta o valor desse grande pesquisador brasileiro, que projetou-se nos mais diversos campos do saber e é reconhecido internacionalmente.
 
 

             Houve, outrora, na Babilônia – a famosa cidade dos jardins suspensos – um pobre e modesto alfaiate chamado Enedim Musseieb, homem inteligente e trabalhador, que por suas boas qualidades e dotes de coração, granjeara muitas simpatias no bairro em que morava.
             Enedim passava o dia inteiro, de manhã até à noite, cortando, consertando e preparando as roupas de seus numerosos fregueses, e embora fosse paupérrimo, não perdia a esperança de vir a ser riquíssimo, senhor de muitos palácios e de grandes tesouros. Como conquistar, porém essa tão ambicionada riqueza? – pensava o mísero remendão, passando e repassando a agulha grossa de seu ofício – como descobrir um desses famosos tesouros que se acham escondidos nas profundezas dos mares?
              Ouvira ele contar, em palestras com estrangeiros vindos do Egito, da Síria, da Grécia e da Fenícia, histórias prodigiosas de aventureiros que haviam topado com cavernas, cheias de ouro; grutas profundas, forrageadas de brilhantes; luras sórdidas que guardavam caixas pesadíssimas a transbordar de pérolas, mimosos frutos da rapina de bárbaros cartagineses. E não poderia ele, á semelhança desses aventureiros felizes, descobrir um tesouro fabuloso, e tornar-se, assim, de um momento para outro, mais rico do que Naboinid, o rei poderoso? Ah! Se tal acontecesse, ele seria, então, senhor de um coruscante palácio: teria numerosos escravos; e, todas as tardes, num grande carro de ouro, tirado por mansos leões, passaria, de seu vagar, por sobre as grandes muralhas de Babilônia, cortejando amistosamente os príncipes ilustres da casa real.
              Assim meditava o bondoso Enedim, divagando por tão longínquas riquezas, quando parou à porta de sua casa um velho mercador da Fenícia, que vendia tapetes, caixas de ébano, bolas de vidro, pedras coloridas e uma infinidades de objetos extravagantes tão apreciados pelos babilônios. Por simples curiosidade começou Enedim a examinar as quinquilharias que o vendedor lhe oferecia, quando descobriu, no meio de uma porção de bugigangas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos.
              Era uma preciosidade aquele livro – afirmava o traficante, passando as mãos ásperas pelas barbas que lhe caiam ao peito – e custava apenas três moedas. Três moedas? Era muito dinheiro para o pobre alfaiate. Para possuir um objeto tão raro Enedim seria capaz de gastar até duas moedas.
             - Está bem – respondeu o mercador – fica-lhe o livro por duas moedas, mas esteja certo de que lhe dou de graça.
             Afastou-se o comerciante e Enedim tratou, sem demora, de examinar cuidadosamente a preciosidade que havia adquirido. E qual não foi o seu espanto quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda escrita em complicados caracteres caldaicos: “O segredo do tesouro de Bresa”
Por Baal! Por Baal! Aquele livro maravilhoso cheio de mistérios, ensinava com certeza onde se encontrava algum tesouro fabuloso, o tesouro de Bresa! Mas que tesouro seria esse? Enedim recordava-se vagamente de já ter ouvido qualquer referência a ele. Mas quando? Onde? E com o coração a bater descompassado decifrou ainda: “O tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome, entre as montanhas de Harbatol, foi ali esquecido e ali se acha ainda até que algum homem esforçado venha encontra-lo. Harbatol! Que montanhas seriam essas que encerravam todo o lendário ouro de um gênio? E Enedim dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, a ver se atinavam, custasse o que custasse, com o segredo de Bresa para apoderar-se do tesouro imenso que o capricho de seu possuidor fizera enterrar nalguma gruta perdida entre montanhas. As primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos: Enedim foi obrigado a estudar os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os trinta dialetos fenícios e o complicado idioma dos judeus.
              Ao fim de três anos, Enedim deixava a sua antiga profissão de alfaiate, e passava a ser o intérprete do rei, pois, na cidade não havia quem soubesse tantos idiomas estrangeiros. O cargo de intérprete da Babilônia era bem rendoso: ganhava Enedim cem moedas por dia; ademais, morava numa grande casa, tinha muitos criados e todos os nobres da corte saudavam-no respeitosamente.
              Não desistiu, porém, o esforçado Enedim, de descobrir o grande mistério de Bresa. Continuando a ler o livro encantado, encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras. E, a fim de ir compreendendo o que era, foi obrigado a estudar matemática com os calculistas da cidade, tornando-se ao cabo de algum tempo grande conhecedor das complicadas transformações aritméticas. Graças a esses novos conhecimentos pode Enedim calcular, desenhar e construir uma grande ponte sobre o Eufrates, esse trabalho agradou tanto ao rei, que o monarca resolveu nomear Enedim para excercer o cargo de prefeito.
             O antigo e humilde alfaiate passava, assim, a ser um dos homens mais notáveis da cidade. Ativo e sempre empenhado em desvendar o segredo do livro, foi obrigado a estudar profundamente as leis, os princípios religiosos de seu país e os do povo caldeu, com o auxílio desses novos conhecimentos conseguiu Enedim dirimir uma velha pendenga entre os sacerdotes de Marduque e os de Raman.
              - É um grande homem o Enedim! – exclamou o rei da Babilônia quando soube do fato – Vou nomeá-lo Ministro Geral do Reino. E assim fez. Foi o nosso esforçado herói ocupar o elevado cargo de Ministro. Vivia, então, num suntuoso palácio, tinha muitos escravos e recebia visitas dos príncipes mais ricos e mais poderosos do mundo. Graças aos trabalhos e ao grande saber de Enedim, o reino progrediu rapidamente, a cidade ficou repleta de estrangeiros, ergueram-se grandes palácios, várias estradas se construíram para ligar Babilônia às cidades vizinhas. Enedim era o homem mais notável do seu tempo, ganhava diariamente mais de mil moedas de ouro, e tinha em seu palácio de mármores e pedrarias, caixas de bronze cheias de jóias riquíssimas e de pérolas de valor incalculável.
              - Mas – coisa interessante! – Enedim não conhecia ainda o segredo de Bresa, embora tivesse lido e relido todas as suas páginas! Como poderia penetrar naquele mistério? E um dia, cavaqueando com um velho sacerdote de Ramaní, teve ocasião de referir-se ao segredo que o atormentava. Riu-se o sacerdote ao ouvir a ingênua confissão do grande Ministro da Babilônia, e, afoito a decifrar os maiores enigmas da vida assim falou:
              - “O tesouro de Bresa já está em vosso poder, meu senhor. Graças ao livro misterioso adquiristes um grande saber, e esse saber vos proporcionou os invejáveis bens que já possuís. Bresa significa “saber”. Harbatol quer dizer “trabalho”. Com estudo e trabalho pode o homem conquistar tesouros maiores do que aqueles que estão ocultos no seio da terra.”
             Tinha razão o velho pensador de Ramaní. Bresa, o gênio, oculta realmente um tesouro incalculável que qualquer homem esforçado e inteligente pode conquistar, essa riqueza prodigiosa não se acha, porém, perdida no seio da terra nem nas profundezas dos mares: acha-se nos bons livros, que, proporcionando saber aos homens, abrem para aqueles que se dedicam aos estudos com ardor e tenacidade, as grutas maravilhosas de mil tesouros encantados.

Transcrito do livro ‘Lendas do Deserto’, de Malba Tahan.
 
 
 
PS. Malba Tahan é o pseudônimo do matemático brasileiro Júlio César de Mello e Souza, nascido no Rio de Janeiro em 6 de maio de 1895 e falecido no Recife em 18 de junho de 1974). Ao longo de sua vida, o professor Júlio César proferiu mais de duas mil palestras em todo o Brasil, principalmente sobre a didática da matemática. Escreveu e publicou 114 livros.
 
Formatação: Fátima Oliveira

Compromisso não Cumprido


Dona Miriam quase poderia considerar-se uma mulher realizada e feliz: espírita consciente, participante de obras assistenciais, três filhos íntegros e carinhosos, quatro netos adoráveis, idéias lúcidas, saúde boa, situação financeira estável... O único problema era a "cruz" que carregava no lar: seu marido.
Existia, latente, um profundo desentendimento entre eles, que eclodia, vezes inúmeras, em atritos e discussões acaloradas que, não raro, desciam ao nível da agressividade.
Não que fosse má pessoa. Era um homem até generoso, bom pai, caseiro, sem vícios, mas gênio difícil, um tanto impertinente, "qualidades" que, para Dona Miriam, pareciam desenvolver-se na medida em que ele envelhecia.
-- Só o Espiritismo me dá forças para "agüentar" o Gumercindo - Proclamava, enfática. - Quero estar com ele até o fim, cumprindo meu compromisso. Então estarei livre! - Junto, nunca mais!
Assim foi até sua morte, após 48 anos de convivência difícil. De retorno à Espiritualidade, já integrada na Vida Maior, Dona Miriam analisava, com generoso mentor, seus sucessos na vida física
-- Minha filha - dizia-lhe, gentil - você levou existência proveitosa, foi diligente mãe de família, batalhadora nas lides espíritas, servidora da Caridade... Traz bela bagagem de realizações... Mas tem um problema grave, um compromisso não cumprido: seu marido
-- Como? - interrompeu a senhora com estranheza - Não fui fiel aos deveres matrimoniais? Não o suportei estoicamente, durante quase meio século?!
-- Esse é o seu problema: você o suportou apenas! No entanto, seu compromisso era bem diferente. Deveria harmonizar-se com ele, superando antigas mágoas remanescentes de convivência anterior. Adotando a postura de quem carregava pesada cruz, você anulou qualquer possibilidade de aproximar-se dele, ajudando-o a superar suas idiossincrasias com a força da amizade. Faltou-lhe, minha filha, o exercício da caridade que silencia, que perdoa, que não guarda ressentimentos, que supera desavenças. E ele precisava muito de sua compreensão. É uma alma perturbada e neurótica, não obstante suas virtudes. Como você de certa forma contribuiu para que ele se tornasse esse homem, em face de influências perversas e negativas que você exerceu sobre seu Espírito em outras vidas, num passado não muito distante, não vejo outra solução para o problema senão uma nova união entre vocês, em existência futura, repetindo as lições do matrimônio, até que aprendam a conviver pacificamente.
Após o encantamento do início, fatalmente surgem dificuldades de relacionamento na vida conjugal, na Terra, aprendizes insipientes na arte de conviver.
No entanto, aqueles que atravessam o casamento a "ranger os dentes", como se submetidos a intolerável prisão, forçosamente reencontrarão o cônjuge em novas experiências matrimoniais, presos um ao outro por algemas de ressentimento, mágoa, aversão...
Somente quando, os elos do casamento estiverem formados por flores de amizade, desfrutarão os cônjuges a liberdade de decidir se seguirão juntos nos caminhos do porvir.
Livro: "Atravessando a Rua"

Richard Simonetti

20 ANOS CEGO


Há muito tempo atrás, um casal de idosos que não tinham filhos, morava em uma casinha humilde de madeira, tinham uma vida muito tranqüila, alegre, e ambos se amavam muito.

Eram felizes. Até que um dia...
Aconteceu um acidente com a senhora.
Ela estava trabalhando em sua casa
quando começa a pegar fogo na cozinha
e as chamas atingem todo o seu corpo.

O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua

procura, quando a vê coberta pelas chamas e

imediatamente tenta ajudá-la.

O fogo também atinge seus braços e,
mesmo em chamas,
consegue apagar o fogo.

Quando chegaram os bombeiros
já não havia muito da casa,
apenas uma parte, toda destruída.

Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo,
onde foram internados em estado grave.
Após algum tempo
aquele senhor menos atingido pelo fogo
saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada.

Ainda em seu leito a senhora toda queimada,
pensava em não viver mais,
pois estava toda deformada,
queimara todo o seu rosto.

Chegando ao quarto de sua senhora, ela foi falando:

-Tudo bem com você meu amor?

-Sim, respondeu ele,
pena que o fogo atingiu os meus olhos
e não posso mais enxergar,
mas fique tranqüila amor
que sua beleza está  gravada em meu coração para sempre.

Então triste pelo esposo, a senhora pensou consigo mesma:

"Como Deus é bom,
vendo tudo o que aconteceu a meu marido,
tirou-lhe a  visão para que não presencie esta deformação em mim.
As chamas queimaram todo o meu rosto
e estou parecendo um monstro.
E Deus é tão maravilhoso que não deixou ele me ver assim,
como um monstro
Obrigado Senhor!"

Passado algum tempo e recuperados milagrosamente,
voltaram para uma nova casa,
onde ela fazia tudo para o seu querido e amado esposo,
e o esposo agradecido por tanto amor,
afeto e carinho,
 todos os dias dizia-lhe:

-COMO EU TE AMO.
Você é linda demais.
Saiba que você é e será sempre,
a mulher da minha vida!

E assim viveram mais  20 anos até que a senhora veio a falecer.
No dia de seu enterro,
quando todos se despediam da bondosa senhora,
veio aquele marido com os olhos em lágrimas,
sem seus óculos escuros
e com sua bengala nas mãos.

Chegou perto do caixão,
beijou o rosto acariciando sua amada, disse em um tom apaixonante:

-"Como você é linda meu amor, eu te amo muito".

Ouvindo e vendo aquela cena
um amigo que esta ao seu lado
perguntou se o que tinha acontecido era milagre.
Pois parecia que o velhinho parecia enxergar sua amada.

O velhinho olhando nos olhos do amigo,
apenas falou com as lágrimas rolando quente em sua face:

-Nunca estive cego,
apenas fingia,
pois quando vi minha amada esposa toda queimada e deformada,
sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira.
Foram vinte anos vivendo muito felizes e apaixonados!
Foram os 20 anos mais felizes de minha vida.

E emocionou a todos os que ali estavam presentes.


CONCLUSÃO

Na vida temos de provar que amamos!
Muitas vezes de uma forma difícil ...
E, para sermos felizes,
temos de fechar os olhos para muitas coisas,
mas o importante é que se faça única e intensamente com AMOR!

Patrimônio Inútil


Livro: Luzes no Caminho
Richard Simonetti


    Conta Esopo (século VI a.C.), que um homem extremamente zeloso de seus haveres, decidido a resguardar-se de qualquer prejuízo, tomou radical providência:

    Vendeu todos os seus haveres e comprou vários quilos de ouro que fundiu numa única barra.

    Em seguida, enterrou-a em mata cerrada.

    À noite, solitário e esquivo, contemplava, em êxtase, seu tesouro.

    Algo de tio Patinhas, o milionário sovina das histórias em quadrinhos, que se deleita mergulhando num tanque cheio de moedas.

    Um dia foi seguido por amigo do alheio.

    Quando se afastou, após a adoração rotineira, o gatuno desenterrou o ouro e escafedeu-se.

    O avarento quase enlouqueceu, tamanho o seu desespero.

    Um vizinho, ao saber do fato, ponderou:

    – Não sei por que está tão transtornado! Afinal, se no lugar do ouro estivesse uma pedra seria a mesma coisa. Aquela riqueza não tinha nenhuma serventia para você…

    ***

    Difícil encontrar na atualidade pessoas dispostas a enterrar seus haveres.

    Raras os têm sobrando.

    Além disso, seria correr risco inútil.

    As instituições financeiras guardam com segurança nosso dinheiro. Até produzem rendimentos, sem surpresas desagradáveis, salvo quando têm o mau gosto de quebrar, por incompetência ou corrupção.

    Não obstante, muita gente costuma enterrar um bem muito mais precioso, uma riqueza inestimável – a existência.

    Se nos dermos ao trabalho de analisar a jornada terrestre, com suas abençoadas possibilidades de edificação, perceberemos como é valiosa.

    Traz-nos inúmeros benefícios:

        * O esquecimento do passado ajuda-nos a superar paixões e fixações que precipitaram nossos fracassos.
        * A convivência com desafetos transmutados em familiares favorece retificações e reconciliações indispensáveis.
        * O contato com companheiros do pretérito, nas experiências do lar e na atividade social, estreita os laços de afetividade.
        * A armadura de carne inibe as percepções espirituais, minimizando a influência de adversários desencarnados.
        * As necessidades do corpo induzem à bênção do trabalho.
        * O esforço pela subsistência desenvolve a inteligência.
        * As limitações físicas refreiam os impulsos inferiores.
        * As enfermidades depuram a alma.
        * As lutas fortalecem a vontade.
        * A morte impõe oportuno balanço existencial, sinalizando onde estamos, na jornada evolutiva.

    ***

    No entanto, à semelhança do unha-de-fome de Esopo, muita gente troca o tesouro das oportunidades de edificação por uma barra luzente de efêmeras realizações, cuidando apenas de seus interesses, de seus negócios, de suas ambições…

    Quando tudo corre bem, há os que se deslumbram com essa “riqueza”, como aquele lavrador da passagem evangélica:

    Construiu grandes celeiros, guardou neles toda a sua produção e proclamou para si mesmo (Lucas, 12:18-20):

    – Tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te…

    Mas Deus lhe disse:

    – Insensato, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?

    Exatamente assim acontece com aquele que se apega às ilusões humanas, buscando realizações de brilho efêmero.

    Um dia vem o indefectível ladrão – a morte –, e lhe rouba o corpo.

    Indigente na vida espiritual, desespera-se.

    Chora, inconformado.

    Recusa-se a aceitar a nova situação.

    Esopo lhe diria:

    – Por que o lamento? Houvesse você estagiado nas entranhas de uma pedra e o resultado seria quase o mesmo. A experiência humana pouco lhe serviu!

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/espiritismo-jovens/patrimonio-inutil-(richard-simonetti)-baseado-numa-fabula/#ixzz1wsj0tf6T

Depressão

Muito interessante!
 
 
Uma mulher que trabalhava numa empresa havia muitos anos, caiu em desespero.
Estava tão depressiva que poderia ter um esgotamento nervoso.
Seu médico, buscando um diagnóstico, lhe perguntou:
- Como se chama a jovem que trabalha ao seu lado?
- Cíntia, respondeu ela, sem entender.
- Cíntia do quê?
- Eu não sei.
- Sabe onde ela mora?
- Não.
- O que ela faz?
- Também não sei.
O médico entendeu que o egoísmo estava roubando a alegria daquela pobre mulher.
- Posso ajudá-la, mas você tem que prometer que fará o que eu lhe pedir.
- Farei qualquer coisa! Afirmou ela.
- Em primeiro lugar, faça amizade com Cíntia. Convide-a para jantar em sua casa. Descubra o que ela está almejando na vida, e faça alguma coisa para ajudá-la.
- Em segundo lugar, faça amizade com seu jornaleiro e a família dele, e veja se pode fazer alguma coisa para ajudá-los.
- Em terceiro, faça amizade com o zelador de seu prédio e descubra qual é o sonho da vida dele.
- Em dois meses, volte para me ver.
Ao fim de dois meses, ela não voltou, mas escreveu uma carta sem sinal de melancolia ou tristeza.
Era só alegria!
Havia ajudado Cíntia a passar no vestibular.
Ajudou a cuidar de uma filha doente do jornaleiro.
Ensinou o zelador a ler e escrever, pois era analfabeto.
"Nunca imaginei que pudesse sentir alegria desta maneira!", escreveu ela.
Os que vivem apenas para si mesmos, nunca encontrarão a paz e a alegria, pois somos chamados por Deus para ser benção na vida dos outros.
Você já conhecia este segredo?
Pense nisso...

Frei Beto - palavras sábias


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do  Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.

Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:

'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.

Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'.

'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'

'Que tanta coisa?', perguntei.

'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!



Estamos construindo super-homens e super  mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente  infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!

Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!'

Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se  apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,  usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!'

O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba  precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental  três requisitos são indispensáveis: amizades,  autoestima, ausência de estresse. Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.

Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...

Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo  hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:... "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!!

Frei Beto

Atividades Espiritualistas

...as atividades de ordem espiritualista, na atualidade do mundo, constituem a derradeira esperança da civilização. Só a dor pode tocar o coração empedernido dos homens e é por isso que a lição dos mortos servirá somente para constituir a base nova da sociologia de amanhã. A fé, por enquanto, continuará como patrimônio dos corações que foram tocados pela graça do sofrimento. Um grande astrônomo francês, inquirido sobre as recompensas do Céu, acentuou: “Mesmo aqui podem as criaturas receber as recompensas do paraíso. O Céu é o infinito e a Terra é uma das pátrias da Imensidade; todos os homens, portanto, são cidadãos celestes. É aqui, na superfície triste do mundo, que as almas realizam a aquisição de suas felicidades. Estamos em pleno céu e em toda à parte veremos cada um receber segundo as suas obras...”. Humberto de Campos / Chico Xavier 1936

O VALOR DOS PAIS


"Antigamente as mulheres cozinhavam igual à mãe... Hoje, estão bebendo igual ao pai!"




Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o diretor fez a última, tomando a última decisão.

O diretor descobriu, através do currículo, que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou, "Tiveste alguma bolsa na escola?"

O jovem respondeu, "nenhuma".

O diretor perguntou, "Foi seu pai quem pagou as suas mensalidades ?" o jovem respondeu, "O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades."

O diretor perguntou, "Onde trabalha a sua mãe?" - e o jovem respondeu: "A minha mãe lava roupa."

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou, "Alguma vez ajudou sua mãe lavar as roupas?" - o jovem respondeu: "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu."

O diretor disse, "Eu tenho um pedido. Hoje, quando voltar, vá e limpe as mãos da sua mãe e depois venha ver-me amanhã de manhã."

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou em casa, pediu, feliz, à mãe que o deixasse limpar as suas mãos. A mãe achou estranho, estava feliz, mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas e havia demasiadas contusões nas suas mãos. Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpava com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.
Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.

O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou, "Diz-me, o que fez e que aprendeu ontem em sua casa?"

O jovem respondeu, "Eu limpei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram."

O diretor pediu, "Por favor, diz-me o que sentiu."

O jovem disse "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar."

O diretor disse, "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Está contratado."

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe. O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis se desenvolverá mentalmente e sempre se colocará em primeiro. Ignorarará os esforços dos seus pais e quando começar a trabalhar, assumirá que todas as pessoas o devem ouvir e quando se tornar gerente, nunca saberá o sofrimento dos seus empregados e sempre culpará os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um tempo, mas eventualmente não sentirão a sensação de objetivo atingido. Irão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais.

Se somos esse tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho?

Pode-se deixar seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande TV em plasma. Mas quando cortar a grama, por favor, deixe-o experienciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Deixe-o guardar seus brinquedos e arrumar sua própria cama. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer é amar e ensinar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, pois um dia ele irá envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?

O valor de nossos pais ...

Um dos mais bonitos textos sobre educação familiar que já li. Leitura obrigatória para nós pais e, principalmente, para os filhos.

Podia ser Pior


O dia apenas amanhecera e Jorge já se achava a meio caminho da empresa em que trabalhava.

Os passos lentos e o olhar voltado para o chão demonstravam a tristeza e o desalento de que estava possuído.

Adentrou o local de trabalho alguns minutos antes do horário, e cumprimentou o colega, um tanto desanimado.

Ao perceber a tristeza de Jorge o companheiro lhe perguntou interessado:

- O que aconteceu com você? Seu olhar denuncia sentimentos amargos...

- É verdade. Trago nos ombros o peso da desesperança...

- À minha volta só acontecem desgraças e mais desgraças... Sinto-me impotente, e penso que sou o homem mais infeliz da face da terra.

- Mas, afinal de contas, o que aconteceu? - Indagou o colega.

- Ora, meu irmão mais novo contraiu grande dívida e fugiu sem deixar o endereço.

Meu cunhado envolveu-se com assaltantes e está atrás das grades.

O companheiro que ouvia atento observou: mas podia ser pior...

Jorge continuou:

- Minha esposa, levianamente envolveu-se com um rapaz bem mais novo que ela, e abandonou o lar...

- Mas podia ser pior... - Retrucou o colega.

- Meu melhor amigo me traiu, espalhando calúnias a meu respeito...

- No entanto, podia ser pior... - Falou novamente o companheiro.

Jorge não suportou mais ouvir aquela afirmativa e perguntou um tanto irritado:

- Ora, eu já lhe contei tantas desgraças e você só sabe dizer que podia ser pior? O que poderia acontecer que fosse pior?

O amigo respondeu serenamente:

- você falou que o seu irmão tomou um empréstimo e não honrou o compromisso...

Que seu cunhado envolveu-se em assaltos...

Que sua esposa o traiu...

Que seu melhor amigo o caluniou...

E eu posso afirmar com segurança que podia ser pior, se fosse você o autor de tantos desatinos...

Jorge um tanto chocado olhou longamente para o colega e respondeu meio reticente:

- É... Podia mesmo ser pior...

Às vezes nos deparamos com situações que nos deixam tristes, porque sentimos o coração dilacerado pela traição, pela calúnia, ou pelos equívocos dos entes queridos.

Todavia, se já conseguimos permanecer fiéis à nossa própria consciência, poderemos oferecer apoio aos que ainda se debatem nas águas turbulentas dos vícios morais.

Pense nisso!

Ainda que a navalha da ingratidão nos dilacere o coração...

Ainda que a desgraça dos seres amados comprima nosso coração afetuoso...

Ainda que tenhamos que sorver a taça da calúnia, lembremos o exemplo maior de Jesus, diante da traição do amigo que com ele convivera por longos anos...

Lembremos as lágrimas do Sublime Galileu diante do sofrimento alheio...

E, por fim, lembremos a derradeira frase que proferiu do alto da cruz infamante: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem".


Redação do Momento Espíritar 

Diferença Lógica entre Religião e Espiritualidade




Texto é do Prof. Dr. Guido Nunes Lopes

Graduado em Licenciatura e Bacharelado em Física pela Universidade Federal do Amazonas (FUAM, 1986), Mestrado em Física Básica pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IF São Carlos, 1988) e Doutorado em Ciências em Energia Nuclear na Agricultura pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA, 2001).

A religião não é apenas uma, são milhares .
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro"..

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência..

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.


 
"Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual... 
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana... "
(Pierre Teilhard de Chardin)