" Deixe a raiva secar"

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Mariana ficou toda feliz porque ganhou, de presente, um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.

No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.

Mariana não podia, porque ia sair com sua mãe naquela manhã.

Júlia, então, pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.

Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.

Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:

- Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.

Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações. Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:

- Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu sapatinho novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em seu sapato? Ao chegar à sua casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.



Você lembra do que a vovó falou?

- Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.

- Pois é, minha filha! Com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo.

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu ir para a sala ver televisão.



Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:

- Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.

- Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou.

E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar a história do sapato novo que havia sujado de barro.



Linda história...

Segure seus ímpetos, deixe o barro secar para depois limpá-lo....

Assim, você não correrá o risco de cometer uma injustiça.

Aprender a não lamentar

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Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por longa estrada. Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido. Verificaram e descobriram um homem caído.



Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próxima ao coração. Tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência. Com muita dificuldade, mestre e discípulo o carregaram para o casebre rústico, onde viviam. Lá trataram do ferimento. Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca. Disse também que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse. Disposto a partir, o homem disse ao sábio:

"Senhor, muito lhe agradeço por ter salvado a minha vida. Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade. Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti."



O mestre olhou fixo para o homem e disse:

"Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz."

O homem ficou assustado e disse:

"Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!"



Com serenidade, tornou a falar o sábio:

"Se não pode pagar pelo bem que recebeu, com que direito quer cobrar o mal que lhe fizeram?"



O homem ficou confuso, e o mestre concluiu:



"Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve. Não faça cobrança pelas coisas ruins que aconteçam em sua vida, pois a vida pode lhe cobrar tudo de bom que lhe ofereceu."

Que diferença faz uma estação...

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Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que seus filhos aprendessem a não julgar as coisas de modo apressado, por isso, ele mandou cada um em uma viagem, para observar uma Parreira que estava plantada em um distante local.





O primeiro filho foi lá no Inverno, o segundo na Primavera, o terceiro no Verão, e o quarto e mais jovem, no Outono.





Quando todos eles partiram, e retornaram, ele os reuniu, e pediu que cada umdescrevesse o que tinham visto.





O primeiro filho disse que a árvore era feia, torta e retorcida.



O segundo filho disse que não, que ela era recoberta de botões verdes, e cheia de promessas.



O terceiro filho discordou; disse que ela estava coberta de flores, que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais tinha visto.



O último filho discordou de todos eles; ele disse que a árvore estava carregada e arqueada, cheia de frutas, vida e promessas...





O homem então explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore...



Ele falou que não se pode julgar uma árvore, ou uma pessoa, por apenas uma estação, e que a essência de quem eles são, e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida podem apenas ser medidos ao final, quando todas as estações estão completas.





Se você desistir quando for Inverno, você perderá a promessa da Primavera, a beleza de seu Verão, a expectativa do Outono.



Moral da História: Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida apenas por uma estação difícil.



Persevere através dos caminhos difíceis, e melhores tempos certamente virão de uma hora para a outra!!!

PRINCÍPIO DO VÁCUO OU MANIA DE JUNTAR TRALHAS

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Você tem o hábito de juntar objetos inúteis no momento, acreditando que um dia (não sabe quando) poderá precisar deles?



Você tem o hábito de juntar dinheiro só para não gastá-lo, pois no futuro poderá fazer falta? Você tem o hábito de guardar roupas, sapatos, móveis, utensílios domésticos e outros tipos de equipamentos que já não usa há um bom tempo?



E dentro de você? Você tem o hábito de guardar mágoas, ressentimentos, raivas e medos?



Não faça isso. É anti-prosperidade. É preciso criar um espaço, um vazio, para que as coisas novas cheguem à sua vida.



É preciso eliminar o que é inútil em você e na sua vida, para que a prosperidade venha. É a força desse vazio que absorverá e atrairá tudo o que você almeja.



Enquanto você estiver material ou emocionalmente carregado de coisas velhas e inúteis, não haverá espaço aberto para novas oportunidades. Os bens precisam circular. Limpe as gavetas, os guarda-roupas, o quartinho lá do fundo, a garagem.



Dê o que você não usa mais. A atitude de guardar um monte de coisas inúteis amarra sua vida. Não são os objetos guardados que emperram sua vida, mas o significado da atitude de guardar.



Quando se guarda, considera-se a possibilidade da falta, da carência. É acreditar que amanhã poderá faltar, e você não terá meios de prover suas necessidades.



Com essa postura, você está enviando duas mensagens para o seu cérebro e para a vida:

- primeira, você não confia no amanhã e,

- segunda, você acredita que o novo e o melhor não são para você, já que se contenta em guardar coisas velhas e inúteis.



Desfaça-se do que perdeu a cor e o brilho e deixe entrar o novo em sua casa e dentro de você! "As pessoas são solitárias porque constroem paredes ao invés de pontes." Joseph Newton

ACREDITE SE QUISER ....

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Sempre num lugar por onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e ao lado colocava uma placa com os dizeres:



" Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma Bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado "



Alguns passantes o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros até davam-lhe dinheiro.



Todos os dias, antes de dormir, ele contava o dinheiro e notava que a cada dia a quantia era maior.



Numa Bela manhã, um importante e arrojado executivo, que já o observava há algum tempo, aproximou-se e lhe disse:



" Você é muito criativo! Não gostaria de colaborar Numa campanha da empresa? "



" Vamos lá. Só tenho a ganhar! ", respondeu o mendigo.



Após um caprichado banho e com roupas novas, foi levado para a empresa.



Daí para frente sua vida foi uma sequência de sucessos e a certo tempo ele tornou-se um dos sócios majoritários.



Numa entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu de como conseguira sair da mendicância para tão alta posição.



Contou ele:



- Bem, houve época me que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado, que dizia:



" Sou um nada neste mundo! Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados ! Mal consigo sobreviver! "



As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia:



" Tudo que você fala a seu respeito vai se reforçando.



Por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem.



Por mais que você não goste de sua aparência, afirme-se bonito.



Por mais pobre que seja você , diga a si mesmo e aos outros que você é próspero. "



Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa para:



" Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, sou muito importante, tenho uma Bela residência, vivo confortavelmente, sou um sucesso, sou saudável e bem humorado."



E a partir desse dia tudo começou a mudar, a vida me trouxe a pessoa certa para tudo que eu precisava, até que cheguei onde estou hoje.



Tive apenas que entender o Poder das Palavras.



O Universo sempre apoiará tudo o que dissermos, escrevermos ou pensarmos a nosso respeito e isso acabará se manifestando em nossa vida como realidade.



Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens matérias são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o Universo as reforçará.



Ele materializa em nossa vida todas as nossas crenças.



Uma repórter, ironicamente, questionou:



- O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas Numa simples placa modificaram a sua vida?



Respondeu o homem, cheio de bom humor:



" Claro que não, minha ingênua amiga!



Primeiro eu tive que acreditar nelas! "



SILVIA SCHIMIDT

A roupa do mandarim

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Quanto pesa a responsabilidade de um cargo?



Observa-se que muitos perseguem nomeações para cargos e disputam, com ardor, lugares que lhes conferirão autoridade sobre outros.



Contudo, quando assumem postos de comando esquecem-se dos objetivos reais para os quais foram ali colocados, passando a agir em seu próprio favor.



Tal posição nos recorda a história de um homem que foi nomeado mandarim, uma espécie de conselheiro na China.



Envaidecido com a nova posição, pensou em mandar confeccionar roupas novas.



Seria um grande homem, agora.



Importante.



Um amigo lhe recomendou que buscasse um velho sábio, um alfaiate especial que sabia dar a cada cliente o corte perfeito.



Depois de cuidadosamente anotar todas as medidas do novo mandarim, o alfaiate lhe perguntou há quanto tempo ele era mandarim. A informação era importante para que ele pudesse dar o talhe perfeito à roupa.



Ora, perguntou o cliente, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?



Paciente, o alfaiate explicou: "a informação é preciosa.



É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com o nariz erguido, a cabeça levantada. Nesse caso, preciso fazer a parte da frente maior que a de trás.



Depois de alguns anos, está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos de sua experiência. Torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito em seguida. Para esse costuro um manto de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás.



Mais tarde, sob o peso dos anos, o corpo está curvado pela idade e pelos trabalhos exaustivos, sem falar na humildade que adquiriu pela vida de esforços. É o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa.



Portanto, preciso saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente perfeitamente."



O homem saiu da loja pensando muito mais nos motivos que levaram seu amigo a lhe indicar aquele sábio alfaiate, e menos no manto que viera encomendar.

A Lição do Jardineiro

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Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim.



Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 15 ou 16 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.



Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.



O garoto ligou para uma mulher e perguntou: “A senhora está precisando de um jardineiro?”



“Não. Eu já tenho um”, foi a resposta.



“Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo.”



“Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso.”



O garoto insistiu: “eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.”



“O meu jardineiro também, tornou a falar a senhora.”



“Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.”



“Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa.”



Numa última tentativa, o menino arriscou: “o meu preço é um dos melhores.”



“Não”, disse firme a voz ao telefone. “Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom.”



Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro: “Meu rapaz, você perdeu um cliente.”



“Claro que não”, respondeu rápido. “Eu sou o jardineiro dela. Fiz isto apenas para medir o quanto ela estava satisfeita comigo.”

O poder da doçura

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O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras. Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos, ele foi tomando volume e se tornando um rio maior. O viajante continuou a segui-lo.

Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante, que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, finalmente, uma gruta.

A natureza criara com paciência caprichosa, formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913:

"Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção.

Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."

O Herdeiro Legítimo

Um israelita rico, que vivia em sua bela propriedade, para além de Ascalon, muito longe de Jerusalém, tinha um filho único, que mandou para a Cidade Santa a fim de se educar. Durante a ausência do jovem, o pai adoeceu repentinamente. Vendo a morte aproximar-se, fez o seu testamento pelo qual instituiu como seu universal herdeiro a um escravo ascalonita, de sua confiança, com a cláusula que a seu filho seria permitido escolher da rica propriedade uma coisa, e uma coisa só, que ele quisesse. Assim que o seu senhor e dono morreu, o escravo, exultando de alegria, por se sentir proprietário das casas, terras e rebanhos, correu a Jerusalém para informar o filho do que se tinha passado, e mostrar-lhe o testamento.



O jovem israelita ficou possuído do maior desgosto ao ouvir essa notícia inesperada, rasgou o fato, pôs cinzas na cabeça e chorou a morte do pai, que amava ternamente, e cuja memória ainda respeitava. Quando os primeiros arrebatamentos de sua dor tinham passado e os dias de luto acabaram, o jovem encarou seriamente a situação em que se encontrava. Nascido na opulência e criado na expectativa de receber, pela morte do pai, as propriedades a que tinha direito, viu ou imaginou ver as suas esperanças perdidas e as suas perspectivas malogradas.



Nesse estado de espírito, foi ter com o seu professor, um rabi afamado pela sua piedade e sabedoria, deu-lhe a conhecer a causa de sua aflição e fê-lo ler o testamento; e na amargura do seu desgosto atreveu-se a desabafar os seus pensamentos — que o pai, fazendo tal testamento, e dispondo tão singularmente de seus bens, não tinha mostrado bom senso nem amizade pelo filho.





— Não digas nada contra teu pai, meu jovem amigo — declarou o piedoso rabi — teu pai era ao mesmo tempo um homem dotado de grande sabedoria e a ti, especialmente, de uma dedicação sem limites. A prova mais evidente é este admirável testamento.





— Este testamento! — exclamou o jovem torcendo os lábios em expressão de amargura. — Este deplorável testamento! Convencido estou, ó rabi!, de que não falas agora com o discernimento de um homem esclarecido. Praticou meu pai uma injustiça. Não vejo sabedoria em conferir os seus bens a um escravo, nem amizade em despojar seu filho único dos seus direitos legítimos, de acordo com o Torah.





— Teu pai nada disso fez! — rebateu com segurança o Mestre — Mas, como pai justo e afetuoso, garantiu-te, nos termos deste testamento a propriedade plena de tudo, casas, terras e rebanhos, se tiveres o bom senso de interpretar com acerto as cláusulas testamentárias.





— Como? Como? — perguntou o jovem, com o maior espanto. — Como é isso? Cabe-me a propriedade integral? Na verdade, não compreendo!





— Escuta, então — acudiu o rabi. — Escuta, meu filho, e terás muito para admirar a prudência de teu pai. E no coração do prudente repousa a sabedoria. Quando viu teu bondoso pai a morte aproximar-se, e certo de que teria de seguir o caminho que todos seguem mais cedo ou mais tarde, pensou de si para consigo: “Hei de morrer; meu filho está longe demais para tomar posse imediata de minha propriedade; os meus escravos, assim que se certificarem de minha morte, saquearão a minha casa e, para evitar serem descobertos, hão de esconder a minha morte a meu querido filho e, assim, privá-lo até da triste consolação de chorar por mim”.





— Para evitar que a propriedade sofresse dano — prosseguiu o rabi — teve teu saudoso pai uma idéia genial. Deixou todos os bens a um escravo, que, decerto, teria o maior interesse em tomar conta de tudo e zelar pela segurança de todos os bens. Para evitar que o escravo, homem de sua confiança, conservasse, em sigilo, a morte do amo, estabeleceu a condição que poderias escolher qualquer coisa da propriedade. O escravo, pensou ele, para assegurar o seu, aparentemente legítimo direito, não deixaria de te informar, como de fato ele o fez, do que acontecera.





— Mas, então — teimou o jovem, um pouco impaciente — que proveito tirarei de tudo isso? Qual é a vantagem que poderá resultar para mim? O escravo ascalonita não me restituirá, com certeza, a propriedade de que tão injustamente fui despojado! Ficará, como determinou meu pai, dono das terras e dos rebanhos.





O judicioso rabi respondeu com sere¬nidade:

— Vejo que a Sabedoria reside apenas nos espíritos amadurecidos pela idade. Sabes que tudo quanto um escravo possui pertence ao seu dono legítimo? E teu pai não te deu a faculdade de escolher, dos seus bens, isto é, da herança, qualquer coisa que quisesses? O que te impede de escolher aquele próprio escravo ascalonita como parte que te pertence? E possuindo-o, terás, de acordo com a Lei, pleno direito à propriedade toda. Sem dúvida era esta a intenção de teu pai.





O jovem israelita, admirando a prudência e a sabedoria do pai, tanto como a argúcia e a ciência do seu Mestre, aprovou a idéia. Nos termos do testamento, e na presença de um juiz, escolheu o escravo como sua parte e tomou posse imediata de toda a herança. Depois do que, concedeu liberdade ao escravo, que foi, além disso, agraciado com rico presente. (...)





Autor: Malba Tahan - A gato do cheique

MINHA VIDA QUERIDA

Na última curva da estrada Te-ha-tá parou e olhou para o céu. As montanhas sombrias, cobertas de neve, pareciam gigantes encanecidos que vigiavam silenciosos as fronteiras do Tibet. O sol, já perto do horizonte, retardava a sua marcha como se quisesse receber as últimas preces com que os lamas1 imploravam a misericórdia do Senhor da Compaixão2.



A sombra de um vulto surgiu, sobre uma pedra, na margem da estrada. Te-ha-tá tremeu de pavor.



Em seu caminho achava-se o impiedoso Han-Ru, o Anjo da Morte, o mensageiro da dor e da desolação3.



O coração tem, por vezes, o dom de pressentir a desgraça. Te-ha-tá, ao avistar o Anjo da Morte, lembrou-se de sua noiva, a formosa Li-Tsen-li.



Te-ha-tá dirigiu-se, pois, sem hesitar, ao mensageiro cruel do Destino.



— Han-Ru, ó gênio desapiedado! — exclamou. — Que procuras aqui, quase à sombra da casa da encantadora Li-Tsen-li? Bem sei que a tua presença vale por uma sentença de morte.



Respondeu Han-Ru, com a paciência de um enviado do Eterno:



— A tua inquietação é legitima, meu amigo. Vim a este recanto buscar a tua noiva Li-Tsen-li. Chegou, pela determinação do Destino, o termo de sua existência neste mundo. Li-Tsen-li vai morrer!



— Piedade, Han-Ru! Piedade! —- implorou Te-ha-tá. — Ela é tão jovem, e tão prendada! Pelo amor de Maia Devi4 deixa viver Li-Tsen-li!



O Anjo da Morte meditou em silêncio durante alguns instantes e depois, sem erguer o rosto, disse:



— Muito fácil será, para aquele (e é esse o teu caso!) que tem o amparo de Maia Devi, prolongar a vida de Li-Tsen-li. Sei que tens direito a uma vida longa e tranqüila; restam-te, ainda, quarenta e seis anos de vida. Poderás ceder à tua noiva a metade do tempo que te cabe, no futuro, para viver. Li-Tsen-li ficará, portanto, com direito à metade de tua vida e viverá em tua companhia, vinte e três anos. Findo esse prazo, morrerão ambos no mesmo instante! Aceitas essa proposta?



As palavras de Han-Ru fizeram hesitar o jovem Te-ha-tá. Quem, decerto, não ficaria indeciso antes de sacrificar, cedendo a outrem, a metade da própria vida?



— A tua sugestão, Han-Ru, implica uma decisão de infinita gravidade para a minha vida. Não poderei tomar uma decisão nesse sentido, sem, previamente, consultar os meus três grandes amigos. Poderás esperar que eu ouça a opinião daqueles que sempre me auxiliaram e orientaram na vida?



— Farei como pedes, meu amigo — respondeu o Anjo da Morte. — Até o findar da noite que vai começar, aguardarei a tua palavra final. Deveras voltar, com a tua decisão, à minha presença, antes do amanhecer.



Partiu Te-ha-tá em busca dos amigos, cujos sábios conselhos pretendia ouvir. Deveria ele como noivo sacrificar a metade da sua vida para salvar das garras da Morte a criatura amada?



O primeiro amigo de Te-ha-tá era um artista tibetano de assinalados méritos. Su-Liang sabia esculpir com admirável perfeição, na pedra ou na madeira, e os seus trabalhos eram mais apreciados do que os olhos negros das Apsaras que enchem de encanto o céu de Indra5.



Eis como Su-Liang, o escultor, falou a Te-ha-tá:



— A vida, meu amigo, só tem sentido quando a sua finalidade é traduzida por um grande e incomparável amor. E o amor que dispensa sacrifícios e renúncias não é amor; é a expressão grotesca de um capricho vulgar. Feliz aquele que pode demonstrar a grandeza de seu coração medindo-a pela extensão de um ingente sacrifício. Pela mulher amada deve o homem sacrificar, não apenas a metade de sua vida, mas a vida inteira! Que importa, Te-ha-tá, uma existência longa, torturada pela dor de uma incurável saudade? Preferível, mil vezes, que vivas a metade de tua vida à sombra feliz do amor delicioso de tua eleita. No teu caso eu não teria hesitado, um só instante, em aceitar a proposta do terrível Han-Ru.



O segundo amigo de Te-ha-tá chamava-se Niansi. Era hábil caçador e auferia consideráveis lucros mercadejando peles.



Ao ouvir a consulta do jovem, Niansi não se conteve:



— É uma loucura, Te-ha-tá! Onde se viu um moço, rico e cheio de saúde, sacrificar a metade da vida por causa de uma mulher? Encontrarás, pelo mundo, milhões e milhões de mulheres lindas, muitas com as sete ou talvez, com as oito perfeições indicadas no Livro Sagrado6. Aqui mesmo (no Tibet) poderás topar, em qualquer aldeia, com centenas de meninas, algumas das quais nada ficariam a dever, julgadas pelos seus predicados de graça e beleza, à tua noiva Li-Tsen-li! Desgraçada a idéia de quereres adiar o termo da existência de uma mulher com o sacrifício de vinte e tantos anos de.tua vida! E quem poderá prever o futuro? Amanhã, essa mulher, arrebatada por uma nova paixão e deslembrada do sacrifício que por ela fizeste, abandonar-te-á e irá viver, nos braços de outro, a vida que é a tua própria vida! Que farás, então, vendo-a ceder a um odiento rival os dias roubados ao rosário de tua existência? Penso que não deverias ter hesitado ante a proposta descabida de Han-Ru, repelindo-a no mesmo instante.



A divergência entre os dois amigos mais fez crescer a indecisão e a incerteza no coração de Te-ha-tá.



— Vou ouvir — pensou o jovem — a opinião do prudente Kin-Sã. Só ele poderá indicar-me o caminho a seguir.



Kin-Sã, citado no Tibet como um estudioso das leis e dos ritos, assim falou ao apaixonado noivo:



— Se amas realmente Li-Tsen-li, acho que deves ceder, a essa jovem, a metade do tempo que te resta para viver. Convém, entretanto, impor uma condição. A parcela de vida, depois de cedida a Li-Tsen-li, poderá ser retomada por ti, em qualquer momento. Terás, assim, a tua tranqüilidade garantida no caso de uma infidelidade de tua futura esposa. Se ela, por qualquer motivo, não se mostrar digna de teu sacrifício, perderá o direito ao resto da vida que lhe cabia viver! Fora dessa condicional, qualquer outra solução para o caso não passaria de irremediável loucura!



E concluiu o seu conselho com estas palavras:



— Fizeste bem em hesitar. A Hesitação é irmã da Prudência. Só os loucos e temerários é que nunca hesitam.



Achou Te-ha-tá bastante prudente e razoável a proposta sugerida pelo douto Kin-Sã, e levou-a sem perda de tempo, ao conhecimento de Han-Ru, o Enviado da Morte.



Han-Ru aceitou a condição imposta pelo noivo:



— Está bem, Te-ha-tá. Aceito a tua proposta. A bondosa Li-Tsen-li vai viver os vinte e três anos. Esta parcela de vida não foi, porém, dada, mas sim “emprestada”.



Passaram-se muitos meses. Li-Tsen-li casou-se com o jovem Te-ha-tá, e os dois eram citados como os esposos mais felizes do Tibet. Li-Tsen-li, depois do casamento, passou a chamar-se Ti-long-li, vocábulo que significa “minha vida querida”.



Um dia, afinal, Te-ha-tá foi obrigado a fazer uma longa viagem para além das fronteiras de sua terra. Deixou “Minha vida querida” e seu filhinho, que já contava algumas semanas, em companhia de seus pais.



Quando regressou, tempos depois, teve a surpresa de encontrar os seus três amigos que o aguardavam na entrada da pequena povoação.



— Onde está “Minha vida querida”? — perguntou, ansioso, aos amigos. — Por que não veio? Estará doente? Que aconteceu à “Minha vida querida”?



Disse um dos amigos:



— Enche de ânimo e de coragem o teu coração, ó Te-ha-tá! Uma grande desgraça, há três dias, caiu sobre a tua vida!



— Desgraça? — repetiu, aflito, Te-ha-tá. — É horrível esta angústia! Vamos! Quero saber a verdade! Onde está “Minha vida querida”?



— Morreu!



— Morreu! — gritou Te-ha-tá, desesperado. — Não é possível! Não podia morrer! Eu sacrifiquei por ela, metade de minha vida!



E Te-ha-tá, dominado pela dor e revoltado pelo infortúnio de haver perdido a sua esposa querida, entrou a blasfemar como um possesso, contra o Senhor da Compaixão. Erguia os braços para o céu; rolava, por vezes, sobre a terra. Insultava o nome do Criador.



Os amigos afastaram-se, cautelosos. Era preciso deixar o infeliz Te-ha-tá dar plena expansão à indizível angústia que lhe esmagava o coração.



Em dado momento Te-ha-tá viu surgir diante de si a figura de Han-Ru, o Anjo da Morte.



— Han-Ru! — bradou, num tom de incontido rancor. — Faltaste com a tua palavra. Que fizeste de “Minha vida querida”?



— Escuta, Te-ha-tá — respondeu Han-Ru. — Preciso dizer-te a verdade, para que não continues a blasfemar desse modo. A tua esposa deveria viver vinte e três anos. Um dia, porém, o seu filhinho adoeceu gravemente. O pequenino ia morrer. Que fez a tua esposa? Pediu, em preces, que a sua vida fosse dada ao filhinho enfermo para que ele pudesse viver! Salvou-se o teu filho, mas tua esposa morreu!



E, ante a estupefação de Te-ha-tá, o Anjo da Morte concluiu:



— E enquanto tu, como noivo, hesitaste em ceder a metade de tua vida, ela mãe extremosa, não hesitou um segundo em dar, pelo filhinho, a vida inteira!







1- Lamas — Sacerdotes budistas entre Mongóis e Tibetanos. O chefe supremo é o grande Lama ou Dalai-Lama.



2- Deus.



3- Han-Ru — Na complicada mitologia hindu figuram nada menos de 17 deuses. Os três primeiros, Brama (o principio criador), Vishnu (o principio conservador) e Siva o principio destruidor), formam a celebre trindade hindu. Além dos 17 deuses, os hindus incluíram entre as divindades os planetas, alguns rios (o Ganges, por exemplo, é adorado sob a forma de uma deusa) e certos animais. Siva, cuja esposa é Maia Devi ou Bhavâni, tem vários auxiliares. Han-Ru é um dos gênios que se encarregam de cumprir as determinações do Deus da Destruição.



4- Maia Devi — também denominada Bhavâni. É a esposa de Siva, terceiro deus da trindade hindu. Essa deusa é, em geral, representada sob a forma de uma linda mulher, em atitude ameaçadora, montada num tigre.







5- Céu de Indra — Da multiplicidade de deuses que são apontados na Mitologia Hindu decorre a crença, geralmente aceita, de que existem vários céus. O céu de Indra parece ser o mais notável. Erguem-se, nessa região divina, palácios de ouro ornados de pedras preciosas, grutas, jardins prodigiosos cujas flores exalam cem mil perfumes diferentes. Um foco luminoso — mais intenso do que o sol — derrama uma claridade sobre todos os recantos do paraíso hindu. O céu de Indra é povoado por uma infinidade de ninfas encantadoras denominadas Apsaras.



6- Livro Sagrado — A religião dos hindus é, em parte, explicada nos Vedas, que não passam, afinal, de uma coleção de hinos, preces e conceitos morais. O Livro Sagrado a que se refere o herói do conto deve ser, naturalmente, o Código de Manu, cuja origem é anterior ao IX ante-século.



Todos os conceitos e princípios religiosos no livro de Manu aparecem, aliás, citados nos Vedas.



Há quatro Vedas, sendo cada um deles dividido em duas ou três partes. O primeiro é constituído exclusivamente por vários hinos religiosos e preces; o segundo estuda os princípios religiosos e analisa as controvérsias teológicas; o terceiro discute certos pontos obscuros de Teologia. O quarto Veda não é, em geral, aceito pelos doutores hindus.



Os Vedas não podem ser atribuídos a um único autor; em cada um deles colaboram vários personagens de épocas diversas. Os diversos escritos foram reunidos sob a forma atual no século XVI, antes de Cristo.





Autor: Malba Tahan - livro - Minha vida querida.

O Tesouro de Bresa

Houve outrora, na Babilônia, um pobre e modesto alfaiate chamado Enedim, homem inteligente e trabalhador, que não perdia a esperança de vir a ser riquíssimo.

Como e onde, no entanto, encontrar um tesouro fabuloso e tornar-se, assim, rico e poderoso?

Um dia, parou na porta de sua humilde casa, um velho mercador da fenícia, que vendia uma infinidade de objetos extravagantes.

Por curiosidade, Enedim começou a examinar as bugigangas oferecidas, quando descobriu, entre elas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos.

Era uma preciosidade aquele livro, afirmava o mercador, e custava apenas três dinares.

Era muito dinheiro para o pobre alfaiate, razão pela qual o mercador concordou em vender-lhe o livro por apenas dois dinares.

Logo que ficou sozinho, Enedim tratou de examinar, sem demora, o bem que havia adquirido.

Qual não foi sua surpresa quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda: "o segredo do tesouro de Bresa."

Que tesouro seria esse?

Enedim recordava vagamente de já ter ouvido qualquer referência a ele, mas não se lembrava onde, nem quando.



Mais adiante decifrou: "o tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome entre as montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem esforçado venha encontrá-lo."



Muito interessado, o esforçado tecelão dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, para apoderar-se de tão fabuloso tesouro.



Mas, as primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos, o que fez com que Enedim estudasse os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialetos persas e o idioma dos judeus.



Em função disso, ao final de três anos Enedim deixava a profissão de alfaiate e passava a ser o intérprete do rei, pois não havia na região ninguém que soubesse tantos idiomas estrangeiros.



Passou a ganhar muito mais e a viver em uma confortável casa.



Continuando a ler o livro encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras.



Para entender o que lia, estudou matemática com os calculistas da cidade e, em pouco tempo, tornou-se grande conhecedor das transformações aritméticas.



Graças aos novos conhecimentos, calculou, desenhou e construiu uma grande ponte sobre o rio Eufrates, o que fez com que o rei o nomeasse prefeito.



Ainda por força da leitura do livro, Enedim estudou profundamente as leis e princípios religiosos de seu país, sendo nomeado primeiro-ministro daquele reino,em decorrência de seu vasto conhecimento.



Passou a viver em suntuoso palácio e recebia visitas dos príncipes mais ricos e poderosos do mundo.



Graças a seu trabalho e ao seu conhecimento, o reino progrediu rapidamente, trazendo riquezas e alegria para todo seu povo.



No entanto, ainda não conhecia o segredo de Bresa, apesar de ter lido e relido todas as páginas do livro.



Certa vez, teve a oportunidade de questionar um venerando sacerdote a respeito daquele mistério, que sorrindo esclareceu:



"O tesouro de Bresa já está em vosso poder, pois graças ao livro você adquiriu grande saber, que lhe proporcionou os invejáveis bens que possui. Afinal, Bresa significa saber e Harbatol quer dizer trabalho." Com estudo e trabalho pode o

homem conquistar tesouros maiores do que os que se ocultam no seio da terra.



Tinha razão o velho sacerdote.



Bresa o gênio, guarda realmente um tesouro valiosíssimo que qualquer homem esforçado e inteligente pode conseguir, essa riqueza prodigiosa não se acha, porém, perdida no seio da terra nem nas profundezas do mares encontrá-la-eis,sim, nos bons livros, que, proporcionando saber aos homens,abrem para aqueles que se dedicam aos estudos, com amor e tenacidade, as grutas maravilhosas de mil tesouros encantados.





Autor: Malba Tahan - O livro de Aladim.

O prego

Certo feirante, depois de um dia muito proveitoso com excelentes resultados no negócio, se dispôs a voltar para casa antes do entardecer. Montou seu cavalo e, prendendo muito bem à cintura a bolsa com seu dinheiro, deu início à jornada de volta.



Lá pelas tantas, parou em um pequeno povoado para uma rápida refeição. Quando já se preparava para prosseguir na caminhada, o moço da cachoeira o avisou:



- Senhor, está faltando um prego na ferradura da pata esquerda do seu animal. Não seria melhor providenciar outro?



- Deixa faltar... - respondeu o feirante - Estou com muita pressa; sem dúvida a ferradura agüentará bem as horas que ainda restam a percorrer E lá se foi ele. À tardinha, quando parou para dar ração pro cavalo, o encarregado da cavalaria também foi ter com ele, dizendo:



- Olha, está faltando a ferradura da pata esquerda do seu animal. Quer que o nosso ferreiro veja isto?



- Deixa faltar. Estou com muita pressa e restam poucas horas para que cheguemos ao nosso destino. Por certo o cavalo resistirá - respondeu ele.



Continuou a cavalgar, mas já não conseguira andar muito, quando notou que o cavalo estava manquejando. Tentou continuar na esperança de chegar em casa; entretanto, depois de poucos metros o animal passou a tropeçar e, com pouco mais de tempo, numa queda mais forte, o cavalo fraturou a perna e já não pôde mais sair do lugar.



Era noite e o feirante viu-se obrigado a deixar o pobre animal caído, sem qualquer atendimento.



Desprendendo a caixa onde carregava uma série de apetrechos para seu uso na feira, pô-la às costas e foi caminhando. A distância que parecia curta tornou-se longa e penosa. Só muito tarde chegou ele cansado, faminto e preocupado com a possível perda do animal. Foi então que começou a raciocinar: Tudo por causa de um simples prego que não foi substituído no momento que se fez necessário.



Entendeu tarde demais o fato de que a pressa exige calma. Pequenas omissões podem resultar numa perda irreparável...

Desejo o suficiente para você!

Há pouco tempo, estava no aeroporto e vi mãe e filha se despedindo.



Anunciaram a partida, elas se abraçaram e a mãe disse:



- Eu te amo. Desejo o suficiente para você.



A filha respondeu:



- Mãe, nossa vida juntas tem sido mais do que suficiente. O seu amor é tudo de que sempre precisei. Eu também desejo o suficiente para você.



Elas se beijaram e a filha partiu. A mãe passou por mim e se encostou na parede. Pude ver que ela queria, e precisava, chorar. Tentei não me intrometer nesse momento, mas ela se dirigiu a mim, perguntando:



- Você já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?



- Já - respondi. - Me desculpe pela pergunta, mas por que foi um adeus para sempre?



- Estou velha e ela vive tão longe daqui. Tenho desafios à minha frente e a verdade é que a próxima viagem dela para cá será para o meu funeral.



- Quando estavam se despedindo, ouvi a senhora dizer Desejo o suficiente para você. Posso saber o que isso significa?



Ela começou a sorrir.



- É um desejo que tem sido passado de geração para geração em minha família. Meus pais costumavam dizer isso para todo mundo. Ela parou por um



instante e olhou para o alto como se estivesse tentando se lembrar em detalhes e sorriu mais ainda.



- Quando dissemos Desejo o suficiente para você, estávamos desejando uma vida cheia de coisas boas o suficiente para que a pessoa se ampare nelas.



Então, virando-se para mim, disse, como se estivesse recitando:



- Desejo a você sol o suficiente para que continue a ter essa atitude radiante.



- Desejo a você chuva o suficiente para que possa apreciar mais o sol.



- Desejo a você felicidade o suficiente para que mantenha o seu espírito alegre.



- Desejo a você dor o suficiente para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores.



- Desejo a você que ganhe o suficiente para satisfazer os seus desejos materiais.



- Desejo a você perdas o suficiente para apreciar tudo que possui. - Desejo a



você alôs em número suficiente para que chegue ao adeus final.



Ela começou então a soluçar e se afastou.



"Dizem que leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la".



EU DESEJO O SUFICIENTE PARA VOCÊ!!!

As mulheres de Weinsberg (Alemanha)

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Um dia, o imperador alemão conduziu suas tropas a Weinsberg e tentou capturar a cidade. Entretanto, ele não podia romper as fortes muralhas que a cercavam. Assim, decidiu empregar uma hábil táctica psicológica. Ele prometeu livre passagem às mulheres e crianças, desmoralizando, com isso os homens que lá permacessem, abrindo caminho para uma vitória fácil de suas tropas.



Quando as mulheres apareceram por trás dos portões da cidade, marcharam até o imperador e imploraram-lhe por misericórdia, dizendo que possivelmente não poderiam sobreviver se deixassem a cidade sem dinheiro e somente com as roupas do corpo.Isso pareceu uma solicitação suficientemente razoável ao imperador, assim ele deu permissão às mulheres para levarem quaisquer posses que pudessem carregar em suas costas. As mulheres retornaram à cidade. Então, quando chegou a hora marcada, com o quê elas surgiram nas costas? Com seus maridos! A fim de salvar seus amados e sua querida cidade, elas evidenciaram a sabedoria e então colocaram corajosamente seu plano em ação. Longe de conformarem-se passivamente com o destino, essas mulheres aturdiram seus oponentes com audácia.

Jóia Única

Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos.

Aproximou-se dele, e disse:

-- Pareceis muito preocupado. Posso ajudar-vos em alguma coisa?

-- Ah! respondeu o árabe com tristeza, estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as jóias.

-- Que jóia era essa? -- perguntou o viajante.

-- Era uma jóia como jamais haverá outra -- respondeu o seu interlocutor.

Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais agrupavam-se sessenta menores. Já vereis que tenho razão em dizer que jóia igual jamais poderá reproduzir-se.

-- Por minha fé -- disse o viajante --, a vossa jóia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual?

Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu:

-- A jóia perdida era um dia, e um dia que se perde jamais se torna a encontrar.

Verdadeiro amor

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Um homem bastante idoso procurou uma Clínica para um curativo em sua mão ferida, dizendo-se muito apressado porque estava atrasado para um compromisso.



Enquanto o tratava, o jovem médico quis saber o motivo da sua pressa e ele disse que precisava ir a um Asilo de Velhos tomar café da manhã com sua mulher que estava internada lá a bastante tempo........



Sua mulher sofria de Mal de "Alzheimer" em estágio bastante avançado.....

Enquanto terminava o curativo, o médico perguntou-lhe se ela não ficaria assustada pelo fato de ele estar atrasado.



_" Não, disse ele. Ela já não sabe quem sou. Há quase cinco anos ela nem me reconhece..."



Intrigado o médico lhe pergunta:



_"Mas se ela já nem sabe quem o senhor ´r, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?"



O velho sorriu, deu uma palmadinha na mão do médico e disse:



_"È verdade......Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito em QUEM ELA É"



Enquanto o velhinho saia apressado, o jovem médico sorria emocionado e pensava:



_"Esta é a qualidade de amor que eu gostaria para minha vida"







O Amor não se reduz ao físico, ao romântico......

O Amor verdadeiro é a aceitação

DE TUDO O QUE O OUTRO É....

DE TUDO QUE O OUTRO FOI....

DO QUE SERÁ....

DO QUE JÁ NÃO É......



Reflita e veja que qualidade de amor existe em sua vida.

O Enigma da Alma Gêmea

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Um discípulo e seu guru estavam sentados à sombra de uma figueira.

O mestre perguntou ao discípulo :

- Que coisa o perturba, meu filho?

- Ainda bem que perguntas, ó mestre.

Sinto que é chegado o momento de eu partir à procura de minha alma gêmea, aquela que haverá de ser minha parceira perfeita, a mais linda mulher do Universo.

O mestre disse:

- Assim seja, meu filho, mas lembra-te: quando tua busca terminar, volta aqui com ela.

- Sem dúvida, mestre. Decerto será assim.

Muitos anos depois, o discípulo regressou ao ashram, sozinho e desanimado.

Quando se encontraram, o mestre o acolheu calorosamente e perguntou-lhe sobre a sua busca:

- Encontraste aquela que procuravas?

- Sim, querido mestre, encontrei. Encontrei aquela com quem sonhava.

Era na verdade uma perfeição de sonho, era a mulher perfeita...

- Bem, filho, onde está ela?

- Ah, mestre, que tristeza! Ela também estava à procura do homem perfeito!!!

Para-quedas

Charles Plumb, era piloto de um bombardeiro na guerra do Vietnã.

Depois de muitas missões de combate, seu avião foi derrubado por um míssil.



Plumb saltou de pára-quedas, foi capturado e passou seis anos numa prisão norte-vietnamita. Ao retornar aos Estados Unidos, passou a dar palestras relatando sua odisséia e o que aprendera na prisão.



Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem:



“Olá, você é Charles Plumb, era piloto no Vietnã e foi derrubado, não é mesmo?"



“Sim, como sabe?", perguntou Plumb.



“Era eu quem dobrava o seu pára-quedas. Parece que funcionou bem, não é verdade?"



Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu:

"Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje."

Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, pensando e perguntando-se:



“Quantas vezes vi esse homem no porta-aviões e nunca lhe disse Bom Dia? Eu era um piloto arrogante e ele um simples marinheiro."



Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco enrolando os fios de seda de vários pára-quedas, tendo em suas mãos a vida de alguém que não conhecia.



Agora, Plumb inicia suas palestras perguntando à sua platéia:

"Quem dobrou teu pára-quedas hoje?".



Todos temos alguém cujo trabalho é importante para que possamos seguir adiante. Precisamos de muitos pára-quedas durante o dia: um físico, um emocional, um mental e até um espiritual. Às vezes, nos desafios que a vida nos apresenta diariamente, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante e as pessoas que nos salvam no momento oportuno sem que lhes tenhamos pedido.



Deixamos de saudar, de agradecer, de felicitar alguém, ou ainda simplesmente de dizer algo amável.



Hoje, esta semana, este ano, cada dia, procura dar-te conta de quem prepara teu pára-quedas, e agradece-lhe.



Ainda que não tenhas nada de importante a dizer, envia esta mensagem a quem fez isto alguma vez.



E manda-a também aos que não o fizeram.



As pessoas ao teu redor notarão esse gesto, e te retribuirão preparando teu pára-quedas com esse mesmo afeto.



Todos precisamos uns dos outros, por isso, mostra-lhes tua gratidão.s vezes as coisas mais importantes da vida dependem apenas de ações simples.



Só um telefonema, um sorriso, um agradecimento, um Gosto de Você, um Te Amo.

Obrigado por todos os favores que sem merecer recebi de ti e nunca te agradeci.

Positivismo

Tal como são nossos

pensamentos é nossa consciência: e tal como é nossa

consciência, é nossa vida.

Se plantarmos uma semente de pensamento limpo e positivo e

nos concentrarmos nele, damos a ele energia, tal como o sol

dá energia para uma semente na terra. E tal como a semente na

terra acorda, move-se e começa a crescer, os pensamentos nos

quais nos concentramos acordam, movem-se e começam a crescer.

Então, vamos semear pensamentos positivos.

A cada manhã, antes de começarmos a jornada de nosso dia,

sentemo-nos em silêncio e semeemos a semente da paz.



Paz é harmonia e equilíbrio. Paz é liberdade - liberdade do

peso da negatividade e do desperdício. Deixemos que a paz

encontre sua morada dentro de nós. A paz é a nossa força

original, nossa eterna tranqüilidade de ser.

Permita que seu primeiro pensamento do dia seja de paz.



Plante essa semente.



Regue-a com atenção e você atingirá a calma.

Antony Strano - Descobrindo a espiritualidade

A GALINHA

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Numa granja uma galinha se destacava entre todas as outras por sua coragem, espírito de aventura e ousadia. Não tinha limites e andava por onde queria.



O dono porém, não apreciava estas qualidades e estava aborrecido com ela. Suas atitudes estavam contagiando as outras, que achavam bonito este modo de ser e já o estavam copiando.



Um dia o dono fincou um bambu no meio do campo, arrumou um bastante de aproximadamente 2 metros e amarrou a galinha a ele. Desse modo, de repente, o mundo tão amplo que a ave tinha foi reduzido a exatamente onde o barbante lhe permitia chegar. Ali, ciscando, comendo, dormindo, estabeleceu sua vida. Dia após dia acontecia o mesmo. De tanto andar nesse círculo, a grama que era verde foi desaparecendo e ficou somente terra. Era interessante ver delineado um círculo perfeito em volta dela. Do lado de fora, onde a galinha não podia chegar, a grama verde, do lado de dentro só terra.



Depois de um tempo o dono se compadeceu da ave, pois ela que era tão inquieta e audaciosa, havia se tornado uma pacata figura. Então cortou o barbante que a prendia pelo pé e a deixou solta.



Agora estava livre, o horizonte seria limite, poderia ir onde quisesse. Mas, estranhamente, a galinha mesmo solta, não ultrapassava o limite que ela própria havia feito. Só ciscava e andava dentro do círculo, seu limite imaginário. Olhava para o lado de fora mas não tinha coragem suficiente para se “aventurar” a ir até ela. Preferiu ficar do lado conhecido. Com o passar do tempo, envelheceu e ali morreu.



Quem sabe esta história traga a memória a vida de alguém conhecido. Nasce livre, tendo somente seus desejos como limite, mas as pressões do dia-a-dia fazem com que aos poucos seus pés fiquem presos a um chão que se torna habitual pela rotina. Olha para além do limite, que ele mesmo cria, com grande desejo e alimentando fantasias a respeito do que lá possa haver. Mas não tem a coragem para sair e enfrentar o que é desconhecido. Diz: “Sempre se fez assim, para que mudar? Ou meu avô, meu pai sempre fizeram assim, como eu iria mudar agora?

“UM PASSEIO SOCRÁTICO”

Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.



Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelo produz felicidade?'



Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'



Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.



Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?



Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual.. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...



A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, ­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.



O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.



Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...



Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...



Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"


Frei Betto

A mulher que via com as mãos

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Helen Keller não completara ainda 2 anos de idade quando foi atingida por uma doença que a deixou cega e surda para toda a vida. Durante alguns anos, ela foi, segundo as suas próprias palavras, "selvagem e indisciplinada", expressando-se com violência.



Mas aos 6 anos surgiu na sua vida a professora Ann Sullivan. Utilizando o sentido do tato como elo de ligação entre os mundos de ambas e escrevendo as palavras na mão da pupila, a nova professora tentou insistentemente dar a entender a Helen a relação entre as palavras e aquilo que elas significam.



O ponto de viragem deu-se com a palavra "água": enquanto a água de uma bica jorrava sobre uma das mãos da sua aluna, Ann Sullivan escrevia "água" na outra. "mantive-me quieta, toda a minha atenção concentrada sobre o movimento dos seus dedos", recorda Helen. "subitamente, senti a emoção de uma idéia que se repetia - e assim me foi revelado o mistério da linguagem." desde esse dia, Helen "viu" o mundo de outra maneira. O sentido do tato tornou-se para ela uma espécie de visão: "às vezes, é como se a própria essência da minha carne fosse uma miríade de olhos a ver... Não posso dizer se vemos melhor com as mãos ou com os olhos: sei apenas que o mundo que vejo com as minhas mãos é vivo, colorido gratificante."



Helen descobriu maneiras engenhosas de sentir as imagens e os sons: "por vezes, se tiver sorte, coloco suavemente a mão numa pequena árvore e sinto o feliz estremecer de um passarinho que canta." e por meio do tacto, ela conseguia "detectar o riso, a tristeza e muitas outras emoções obvias. Conheço as minhas amigas só por tocar-lhes as faces".



Helen Keller, sentia que o silêncio e a escuridão em que vivia lhe tinham aberto a porta para um mundo de sensações de que as pessoas mais "afortunadas" nunca se apercebem: "com os meus três guias fieis, o tato, o olfato e o paladar, faço muitas excursões ás zonas limites da cidade da luz."





Do "abc" da mente humana; Seleções do Readers Digest.





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Nascida em 27 de junho de 1880 no Alabama (EUA), Helen Keller foi excluída do mundo com um ano de idade: uma escarlatina deixou-a totalmente cega e surda. Helen foi crescendo como uma selvagem, num universo escuro e silencioso. Em 1887, sua vida deu uma guinada com a chegada de Anne Sullivan, uma ex-cega que aceitou o desafio de educá-la. Durante um mês, Sullivan ensinou a menina a soletrar palavras com os dedos de uma mão, enquanto tocava um objeto com a outra. Helen aprendeu. Só não sabia que estava formando palavras, porque não sabia que elas existiam... Certa tarde, Anne mergulhou a mão esquerda de Hellen num balde d’água e soletrou "água" com a outra mão. Repetiu várias vezes a operação e o milagre aconteceu: Helen entendeu que "água" era o nome do líquido que sentia pelo tato. Até o fim do dia, aprendeu mais 30 palavras. Em pouco tempo dominou o alfabeto braile, demonstrando incrível facilidade em ler e escrever. Aos 10 anos aprendeu a falar e propôs-se a cursar faculdade. Em 1904, formou-se com louvor, sendo a primeira cega e surda a completar um curso universitário. A partir daí dedicou-se à defesa dos direitos de mulheres, pobres e deficientes. Morreu em 1968.

Oito bons presentes que não custam nada.

O PRESENTE ESCUTAR...

Mas você deve realmente escutar. Sem interrupção, sem distração, sem planejar sua resposta. Apenas escutar.



O PRESENTE AFEIÇÃO...

Seja generoso com abraços, beijos, tapinhas nas costas e aperto de mãos. Deixe estas pequenas ações demonstrarem o amor que você tem por família e amigos.



O PRESENTE SORRISO....

Junte alguns desenhos. Compartilhe artigos e histórias engraçadas. Seu presente será dizer, "Eu adoro rir com você."



O PRESENTE BILHETINHO...

Pode ser um simples bilhete de "Muito obrigado por sua ajuda" ou um soneto completo. Um breve bilhete escrito à mão pode ser lembrado pelo resto da vida, e pode mesmo mudar uma vida.



O PRESENTE ELOGIO...

Um simples e sincero, "Você ficou muito bem de vermelho", "Você fez um super trabalho" ou "Que comida maravilhosa" faz o dia de alguém.



O PRESENTE FAVOR...

Todo dia, faça algo amável.



O PRESENTE SOLIDÃO...

Tem momentos em que nós não queremos nada mais do que ficar sozinhos. Seja sensível à esses momentos e dê o presente da solidão ao outro.



O PRESENTE DISPOSIÇÃO...

A maneira mais fácil de sentir-se bem é colocar-se à disposição de alguém, e isso não é difícil de ser feito.

O PRESENTE DA VIDA

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É importante recordarmos o adolescente que nós fomos. Eu lembro que no aniversário de um amigo, nós- adolescentes- resolvemos fazer uma brincadeira e entregar-lhe um presente. Era uma caixa muito grande! Surpreso diante dos convidados, ele abriu a caixa, e encontrou uma caixa um pouco menor. Abriu-a e tornou a encontrar outra, numa sucessão de embrulhos e caixas que parecia não ter fim. Havia passado um longo tempo desembrulhando caixas, com a ajuda dos convidados, quando, finalmente, lá estava uma caixinha, onde ele encontrou um anel, que o deixou emocionado.



Nas tantas circunstâncias em que a vida nos separa de seres que um dia nos foram tão caros, eu perdi o contato com esse amigo, mas suponho que ele guarda esse presente até hoje, pelo menos na lembrança.



Essa recordação nos permite fazer uma comparação.



A cada momento a vida está nos presenteando com oportunidades, mas esse presentes estão quase sempre muito bem embrulhados, por isso não o vemos com facilidade. É preciso ter a observação treinada e a sensibilidade sem travas. É preciso paciência ativa para desembrulhá-los com a reflexão, porque as oportunidades só encontram quem está preparado para recebê-las.



A arte de viver começa a ser percebida quando aprendemos a desembrulhar os presentes que a vida nos oferece e quando conseguimos presentear com sentimentos perceptíveis os seres que amamos.



Extraído do livro " O Sentido da Vida no Mundo em Crise"

As qualidades de cada um...

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Conta a história que numa cidade, vivia um homem que diziam todos, era o protótipo da ruindade...



Vivia sozinho, não tinha amigos, não permitia que passassem em sua calçada, detestava animais, quando a bola dos garotos caia em seu quintal ele as furava e assim era que falavam que quando ele morresse não haveriam quatro pessoas para carregar seu caixão....



Na mesma cidade vivia um outro cidadão que tinha uma peculiaridade: acompanhava todos os enterros que ali ocorriam e no cemitério tinha o hábito de antes do caixão baixar túmulo, de enaltecer as qualidades do falecido.



Aconteceu então um dia, que nosso primeiro personagem, aquele, o homem ruim, morreu....



E na cidade que corria o dito que não haveria quatro para carregar o caixão, o que aconteceu? Foi o enterro mais concorrido que já tinham noticias, não pelo morto, mas sim pelo nosso outro personagem, pois todos queriam ouvir o que ele teria para enaltecer de qualidades do morto.



Toda a população compareceu ao cemitério e na hora que o caixão baixou no túmulo, todos olharam para nosso homem que elogiava e ele disse:



Coitado, ele assobiava tão bem....

Então tiremos a lição dessa história e vamos elogiar as qualidades das pessoas que com certeza vão sobrepor os defeitos na perfeita harmonia da vida....

Como é que vocês sabem?

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Na época da construção da extensa muralha da China, aquele que a mandou construir era um homem muito duro e cruel. Milhares de pessoas morreram nesse trabalho e seus corpos foram enterrados lá.



Havia um chinês que possuía somente duas coisas: um filho e um cavalo; amando muito a ambos. Um dia, entretanto, seu cavalo fugiu. Sabendo disso, os anciãos da aldeia vieram consolá-lo dizendo:



- Que infelicidade que seu único cavalo tenha fugido.



O velho olhou-os e retrucou:



- Como vocês sabem que isso foi uma infelicidade?



Dias mais tarde o cavalo voltou trazendo consigo outros seis cavalos. Aí a riqueza desse homem aumentou e os velhos da aldeia vieram lhe dizer:



- Que felicidade que agora você tem sete cavalos!



O chinês pensou, olhou-os como antes e respondeu:



- Como é que vocês sabem que isso foi uma felicidade?



Na mesma tarde seu filho único resolveu domar os cavalos e caiu, machucando-se e ficando aleijado para sempre.



Novamente os velhos se reuniram em torno do homem:



- Que infelicidade que seu único filho não pode mais andar!



E o chinês respondeu-lhes da mesma maneira:



- Como vocês sabem que é uma infelicidade?



Os velhos ficaram muito intrigados e foram embora. No dia seguinte os soldados do imperador vieram à aldeia e levaram todos os jovens para trabalharem na construção da terrível muralha. O único que não foi levado foi o filho aleijado do camponês.



Então os velhos da aldeia entenderam a sabedoria do outro e voltaram a ele, dizendo:



- Que felicidade que seu único filho não foi levado para construir a muralha.



E novamente o homem olhou-os e respondeu:



- Como vocês sabem que isso é felicidade?



Aí os anciãos ficaram completamente confusos e reuniram-se em conselho. Voltaram à casa do camponês e disseram-lhe:



- Nós decidimos que você é o homem mais sério da China. E consideramos ser um felicidade se você se tornar o nosso prefeito.



O homem ergueu as mãos em desespero e retrucou:



- Como é que vocês acham que é uma felicidade? Eu não quero ser prefeito! - e foi-se embora.

Quem decide sobre mim?

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Um colunista conta uma estória em que acompanhava um amigo à uma banca de jornais.



"O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro.



Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo do colunista sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro.



Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:



" - Ele sempre te trata com tanta grosseria? "



" - Sim, infelizmente foi sempre assim..."



" - E você é sempre tão polido e amigável com ele?



" - Sim, procuro ser."



" - Por que você é tão educado, já que ele é tão inamistoso com você? "



" - Por que não quero que ele decida como eu devo agir."





Moral da estória: a pessoa inteira é seu próprio dono e não deve curvar-se diante do vento que sopra. Ela Não está à mercê do mau humor, da impaciência e da raiva dos outros. Não são os ambientes que a transformam, mas ela que transforma os ambientes."

A vida

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"A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer

em casa..."

Quando se vê, já são seis horas !

Quando se vê, já é sexta-feira...

Quando se vê, já é Natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê, passaram-se 50 anos !

Agora, é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,

eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente

e iria jogando, pelo caminho,

a casca dourada e inútil das horas...

Dessa forma, eu digo:

não deixe de fazer algo que gosta

devido à falta de tempo.

A única falta que terá, será desse tempo

que infelizmente... não voltará mais."



MARIO QUINTANA

Felicidade

Que a felicidade não dependa do tempo,

nem da paisagem, nem da sorte,

nem do dinheiro.



Que ela possa vir com toda a simplicidade,

de dentro para fora, de cada um para todos.



Que as pessoas saibam falar, calar,

e acima de tudo ouvir.



Que tenham amor ou

então sintam falta de não tê-lo.



Que tenham ideal e medo de perdê-lo.



Que amem ao próximo e respeitem sua dor,

para que tenhamos certeza

de que viver vale a pena!..."





(Vera Durães)

O nó afetivo

Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.



Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho pra se dedicar a entender as crianças.



Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana. Quando ele saia pra trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.



Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.



E, para que o filho soubesse da sua presença, ele todas as noites dava um nó na ponta do lençol que o cobria Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.



O nó era o meio de comunicação entre eles. A diretoria ficou emocionada com aquela história singela e emocionante. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.



O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazer presente, de se comunicar com o filho. Aquele pai encontrou a sua, simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.



Por vezes nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos do principal, que é a comunicação através do sentimento.



Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias. É válido que nos preocupemos com os nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso.



Para que haja a comunicação é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras. É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo de escuro.



A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho. E você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?

Tempo de Pai

Um menino, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai quando este retorna do trabalho:



- Pai, quanto o senhor ganha por hora?



O pai, num gesto severo, responde:



- Meu filho, isto nem a sua mãe sabe. Por isso, não me amole, estou cansado!!!



Mas o filho insiste:



- Mas papai...então, diga, quanto o senhor ganha por hora?



A reação do pai foi menos severa e respondeu:



- Três reais por hora.



- Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?



O pai, já cansado daquela conversa respondeu bravo:



- Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me incomode!



Já era noite quando o pai, por algum momento raro, começou a pensar no que havia acontecido com o filho e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo.



Querendo aliviar sua consciência doída, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:



- Filho, está dormindo?



- Não, papai! – o garoto respondeu sonolento e choroso.



- Olha, aqui está o dinheiro que me pediu: um real.



- Muito obrigado, papai! – disse o filho, levantando-se rapidamente e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama.



- Agora já completei, papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?



A maioria dos pais deveria refletir bastante sobre o texto acima.

Quem sabe você ainda não tenha filhos e ache que isso não é com você.

Porém, com certeza você tem família.

Será que nela não existe alguém que sente a sua falta?

Olhe ao seu redor...

Quem sabe seus amigos...

De olho nas metas

Era uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras. A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas. Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, lá vinha outro solavanco e... tudo se desarrumava de novo.



Então ele começou a ficar desanimado e pensou:

"Jamais vou conseguir terminar minha viagem!

É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!". Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras, e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.



Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.





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Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas.

O relógio

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O colégio onde eu estudava quando menina, costumava encerrar o ano letivo com um espetáculo teatral. Eu adorava aquilo, porém nunca fora convidada para participar, o que me trazia uma secreta mágoa. Quando fiz onze anos avisaram-me que, finalmente iria ter um papel para representar. Fiquei felicíssima, mas esse estado de espírito durou pouco. Escolheram uma colega minha para o desempenho principal. A mim coube uma ponta de pouca importância. Minha decepção foi imensa. Voltei para casa em prantos. Mamãe quis saber o que se passava e ouviu toda a minha história entre lágrimas e soluços. Sem nada dizer ela foi buscar o bonito relógio de bolso de papai e colocou-o em minhas mãos, dizendo:

- Que é isso que você está vendo?



- Um relógio de ouro com mostrador e ponteiros.



Em seguida mamãe abriu a parte traseira do relógio e repetiu a pergunta:



- O que você está vendo?



- Ora mamãe, aí dentro parece haver centenas de rodinhas e parafusos.



Mamãe me surpreendia, pois aquilo nada tinha a ver com o motivo do meu aborrecimento. entretanto, calmamente ela prosseguiu:



- Este relógio tão necessário ao seu pai e tão bonito seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.



Nós nos entrefitamos e no seu olhar calmo e amoroso, eu compreendi que sem que ela precisasse dizer mais nada. Essa pequana lição tem me ajudado muto a ser mais feliz na vida, aprendi com a máquina daquele relógio quão essenciais são mesmo os deveres mais ingratos e difíceis, que nos cabem a todos. Não importa que sejamos o mais ínfimo parafuso ou a mais ignorada rodinha, desde que o trabalho, em conjunto, seja para o bem de todos. E percebi também que se o esforço tiver êxito o que menos importa são os aplusos exteriores. O que vale mesmo é a paz de espítito do dever cumprido.



( Retirado do livro: E, para o resto da vida... de Wallace Leal V. Rodrigues)

Criaturas únicas

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Um jovem procurou seu professor porque se sentia um inútil. Achava-se lerdo, não conseguia fazer nada bem. Desejava saber como poderia se melhorar e o que devia fazer para que o valorizassem.



O professor, sem olhá-lo, lhe disse: "sinto muito, mas antes de resolver o seu problema preciso resolver o meu próprio. Talvez você possa me ajudar."

Tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao rapaz, recomendando:

"vá até o mercado. Preciso vender este anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que você consiga por ele o máximo, mas não aceite menos do que uma moeda de ouro."



O rapaz pegou o anel e foi oferecê-lo aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, mas quando ele dizia o quanto pretendia, desistiam.



Quando ele mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele. Somente um velhinho muito amável lhe explicou que uma moeda de ouro era muito valiosa para aquele anel.



Abatido pelo fracasso, o rapaz retornou à presença do professor dizendo que o máximo que lhe ofereceram foram duas ou três moedas de prata. Ouro, nem pensar!



O dono do anel respondeu que seria importante, então, saber o valor exato do anel. Sugeriu que o jovem fosse ao joalheiro para uma correta avaliação.



E fez outra recomendação: não importa o valor que lhe ofereçam, não venda este anel. O jovem foi, um tanto desanimado. O joalheiro, depois de examinar com uma lupa a jóia, pesou-a e lhe disse: "diga ao seu professor que, se ele quiser vender agora, não posso lhe dar mais do que cinqüenta e oito moedas de ouro."



O rapaz teve um sobressalto: "cinqüenta e oito moedas de ouro?"



"Sim", retornou o joalheiro. "Com tempo eu poderia oferecer cerca de setenta moedas. Mas, se a venda é urgente..."



O discípulo recusou a oferta e voltou correndo para dar a boa notícia ao professor. Depois de ouvi-lo, o professor falou: "sente-se, meu rapaz. Você é como este anel, uma jóia única e valiosa. Como toda jóia preciosa, somente pode ser avaliada por quem entende do assunto."



Por acaso você imaginou que qualquer um poderia descobrir o seu verdadeiro valor?"



Tomando o anel das mãos do rapaz, tornou a colocá-lo no dedo,completando: "todos somos como esta jóia: muito valiosos. No entanto, andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem."



Pense: ninguém pode nos fazer sentir inferiores sem nosso consentimento."







***







A divindade não se repete. Cada criatura sua é única, é especial e valiosa. Por isso existe na terra a diversidade das cores, dos tamanhos, das formas. E você também é uma dessas criaturas especiais, por mais que se julgue destituída de valor.



Você pode não ser o maior intelecto do mundo, mas se tem disposição para o estudo, pode adquirir muitos conhecimentos.



Você pode não ser a pessoa mais bondosa da face da Terra, mas com vontade pode se exercitar todos os dias para se tornar mais paciente, mais caridoso e mais gentil.



Você, enfim, pode não ser o melhor, mas é peça valiosa no concerto da vida, particular e especial.



Pense: não há ninguém neste imenso universo igual a você!

Os espinhos

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Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um, feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. E, por isso, tornavam a se afastar uns dos outros.



Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: ou desapareciam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante. Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos. Aprenderam, assim, a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.



Sobreviveram.



MORAL DA HISTÓRIA:

O melhor grupo não é aquele que reúne membros perfeitos, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.

Sabemos da importância do texto acima em nosso trabalho e na nossa vida. Espero que saibamos utilizá-lo em nosso dia a dia...

casa dos mil espelhos

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Tempos atrás em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos 1000 espelhos.Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitar. Lá chegando, saltitou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros 1000 pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto a dele. Abriu um enorme sorriso, e foi correspondido com 1000 enormes sorrisos. Quando saiu

da casa, pensou:"Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes".



Neste mesmo vilarejo, um outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu 1000 olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver 1000 cães rosnando e mostrando os dentes para ele. Quando saiu, ele pensou: "Que lugar horrível, nunca mais volto aqui".



Todos os rostos no mundo são espelhos.

Que tipo de reflexos você vê nos rostos das pessoas que você encontra?

Os sapinhos

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Era uma vez uma corrida .... de sapinhos.



O objetivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma multidão assistindo. Muita gente para vibrar e torcer por eles.



Começou a competição. Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era: "Que pena !!! Esses sapinhos não vão conseguir. Não vão conseguir."



E os sapinhos começaram a desitir. Mas havia um que persistia e continuava a subida, em busca do topo.



A multidão continuava gritando : "Pena!!! Vocês não vão conseguir."



E os sapinhos estavam mesmo desistindo um por um, menos aquele sapinho que continuava tranqüilo, embora arfante.



Ao final da competição, todos desistiram, menos ele.



A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber o que tinha acontecido.



E assim, quando foram perguntar ao sapinho como ele havia conseguido concluir a prova, descobriram que ele era surdo.





Não permita que pessoas com o péssimo hábito de serem negativas, derrubem as melhores e mais sábias esperanças de seu coração.



Lembre-se sempre: há poder em nossas palavras e em tudo o que pensamos.



Seja Positivo!!!

O poder da Determinação de um Jovem

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A casinha de uma escola rural era aquecida por um velho e bojudo forno a carvão. Um garotinho tinha a função de ir mais cedo à escola todos os dias, para acender o fogo e aquecer o recinto antes que a professora e seus colegas chegassem.



Certa manhã, eles chegaram e encontraram a escola engolida pelas chamas. Retiraram o garotinho inconsciente do prédio em chamas, mais morto do que vivo. Tinha queimaduras profundas na parte inferior do corpo e foi levado para o hospital do município vizinho.



De seu leito, o semiconsciente e pavorosamente queimado garotinho ouviu ao longe o médico que conversava com sua mãe. O médico dizia a ela que seu filho seguramente morreria - o que na realidade, até seria melhor - pois o terrível fogo devastara a parte inferior de seu corpo.



Porém o bravo garotinho não queria morrer. Ele se convenceu de que sobreviveria. De alguma maneira, ele realmente sobreviveu. Quando o risco de morte havia passado, ele novamente ouviu o médico e sua mãe falando baixinho. A mãe foi informada de que, uma vez que o fogo destruíra tantos músculos na parte inferior de seu corpo, quase que teria sido melhor que ele tivesse morrido, já que estava condenado a ser eternamente inválido e não fazer uso algum de seus membros inferiores.



Mais uma vez o bravo garotinho tomou uma decisão. Não seria inválido. Ele andaria. Mas, infelizmente, da cintura para baixo, ele não tinha nenhuma capacidade motora. Suas pernas finas pendiam inertes, quase sem vida.



Finalmente, ele teve alta do hospital. Todos os dias sua mãe massageava suas perninhas, mas não havia sensação, controle, nada. Ainda assim, sua determinação de andar era mais forte do que nunca.



Quando ele não estava na cama, estava confinado a uma cadeira de rodas. Num dia ensolarado, sua mãe o conduziu até o quintal para tomar um pouco de ar fresco. Neste dia, ao invés de ficar sentado na cadeira, ele se jogou no chão. Arrastou-se pela grama, puxando as pernas atrás de si.



Arrastou-se até a cerca de estacas brancas que limitava o terreno. Com grande esforço, levantou-se apoiando-se na cerca. E então, estaca por estaca começou a arrastar-se ao longo da cerca, decidido a andar. Começou a fazer isso todos os dias até que um caminho se formou ao lado da cerca, e em volta de todo o quintal. Não havia nada que ele desejasse mais do que dar vidas àquelas pernas.



Finalmente, com as massagens diárias, com sua persistência de ferro e com sua resoluta determinação, ele foi capaz de ficar em pé, depois de andar mancando, e então, de andar sozinho. Mais tarde, de correr.



Começou a caminhar para a escola, depois passou a correr para a escola, e a correr, pura e simplesmente, pela alegria de correr. Na faculdade, integrou o time de corrida com obstáculos.



Depois, no Madison Square Gardem, aquele rapaz sem esperanças de sobreviver, que seguramente não andaria nunca mais, e que jamais poderia esperar correr - aquele rapaz determinado, o Dr. Glenn Cunningham, foi o corredor mais rápido do mundo na corrida de uma milha!



(Burt Dubin)

Viver com Equilíbrio!

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Em uma conferência numa universidade americana, Brian Dyson, ex-presidente da Coca-Cola, falou sobre a relação entre o trabalho e outros compromissos da vida. Disse ele:



"Imaginem a vida como um jogo, no qual vocês fazem malabarismo com cinco bolas que lançam ao ar. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.

"O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima. Mas as quatro outras são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanentemente danificadas.



Entendam isso e busquem o equilíbrio na vida. Como?



1. Não diminuam seu próprio valor, comparando-se com outras pessoas. Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial. Não fixem seus objetivos com base no que os outros acham importante. Só vocês estão em condições de escolher o que é melhor para vocês próprios;



2. Dêem valor e respeitem as coisas mais queridas ao seus corações. Apeguem-se a elas como a própria vida. Sem elas a vida carece de sentido. Não deixem que a vida escorra entre os dedos por viverem no passado ou no futuro. Se viverem um dia de cada vez, viverão todos os dias de suas vidas;



3. Não desistam quando ainda são capazes de um esforço a mais. Nada termina até o momento em que se deixa de tentar. Não temam admitir que não são perfeitos;



4. Não temam enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes;

5. Não excluam o amor de suas vidas dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas;



6. Não corram tanto pela vida a ponto de esquecerem onde estiveram e para onde vão;



7. Não tenham medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente;



8. Não usem imprudentemente o tempo ou as palavras. Não se podem recuperar;



9. A vida não é uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo;



10. Lembre-se: Ontem é história. Amanhã é mistério e Hoje é uma dádiva. Por isso se chama "presente". Vivam o presente com muita energia!."



Estes conselhos para viver com equilíbrio são uma verdadeira lição de vida. Simples e objetivos, eles podem nos levar ao sucesso pessoal e empresarial. Leia e releia estes 10 conselhos e faça um exame de consciência. Pessoas equilibradas emocionalmente têm mais sucesso, mais amigos, enfim, vivem mais e melhor. Nesta semana, pense nisso. Boa Semana. Sucesso!

O Carpinteiro

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Um carpinteiro estava para se aposentar. Ele contou a seu chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas e viver uma vida mais calma com sua família. Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal, mas ele necessitava da aposentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores empregados e pediu a ele que construisse uma última casa como um favor especial.



O carpinteiro consentiu, mas com o tempo será fácil ver que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e se utilizou de mão de obra e matérias primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.



Quando o carpinteiro terminou seu trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro.



-Essa é a sua casa. - ele disse -



-Meu presente a você.



Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora ele teria de morar numa casa feita de qualquer maneira.



Assim acontece conosco. Nós construímos vidas de maneiras distraída, reagindo mais agindo, desejando colocar menos do que o melhor. Nos assuntos importantes nós não empenhamos nosso melhor esforço. Então, em choque, nós olhamos para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos. Se soubéssemos disso, teríamos feito diferente.



Pense em você como o carpinteiro. Pense sobre sua casa. Cada dia você martela um prego novo, coloca uma armação ou levanta uma parede. Construa sabiamente. É a única vida que você construirá. Mesmo que você tenha somente mais um dia de vida, este dia merece ser vivido graciosamente e com dignidade. A placa na parede está escrito: "A vida é um projeto de você mesmo." Quem poderia dizer isso mais claramente? Sua vida de hoje é o resultado de suas atitudes e escolhas feitas no passado. Sua vida de amanhã será o resultado de suas atitudes e escolhas que fizer hoje.