Numa época em que muitos desacreditam da generosidade humana e, pessimistas, dizem que neste mundo é cada um por si, que ninguém se importa com ninguém, é bom ouvir relatos que atestam exatamente o contrário.
Uma senhora que emigrou da Rússia, ainda criança, com sua família, após a segunda guerra mundial, tem recordações bastante agradáveis de uma pessoa que lhes era desconhecida.
Durante o terrível confronto mundial, ela e sua família foram seqüestrados e levados a um campo de concentração na Alemanha, onde permaneceram por cinco anos.
Tendo sobrevivido aos rudes tratos, vieram ao Brasil, desembarcando no porto do rio de janeiro, no ano de 1948.
Como imigrantes, receberam o prazo de quatro meses para conseguir emprego e moradia, caso contrário seriam deportados ao seu país.
Dois meses transcorridos, a família resolveu mudar-se para São Paulo em busca de melhores possibilidades.
Encontraram uma senhora alemã, que tinha uma casa para alugar. Contudo, a família não tinha recursos, não poderia indicar avalistas, por ser desconhecida na cidade.
A mãe de família explicou à dona da casa a situação. O prazo para conseguirem moradia e emprego terminaria em dois meses. O insucesso significaria desistir da esperança de melhores dias.
A senhora era uma dessas almas revestidas de bondade e de sabedoria.
Abriu a casa que lhe deveria render algum dinheiro e permitiu que a família ali se alojasse. Pagariam, quando tivessem condições.
Na seqüência, apresentou a jovem mãe de família ao açougueiro e ao dono do mercadinho. Como um aval de que pudessem realizar suas compras, a fim de não perecer de fome.
Os pais conseguiram um trabalho 15 dias depois e puderam recomeçar as suas vidas.
É uma das filhas que, entre a gratidão e a emotividade, narra o episódio. Sua vida e de toda sua família foi salva, graças a um coração que acreditou em sua honestidade.
E a família soube aproveitar, com muita vontade, a chance que lhe foi ofertada.
Pense nisso!