REDAÇÃO DO CONCURSO DA VOLKSWAGEM



No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder
 à seguinte pergunta: 'Você tem experiência'?

A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. 

Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso. 

E, com certeza, ele será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e, acima de tudo, por sua alma.

REDAÇÃO VENCEDORA:

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que eram as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos.


E a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas...
Tantos momentos fotografados pelas lentes da emoção e guardados num baú,
chamado coração...


E, agora, um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:

'Qual sua experiência?' .

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência...
Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência?


Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!...

Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta
pergunta:


Experiência? "Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?"

" SER FELIZ OU TER RAZÃO ? "

 
                                     Para reflexão...

   Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para
  jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa
  antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na
  próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem.
  Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela
  deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava
  errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado,
  enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se
  chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas
  tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter
  insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz,
  prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse
                     mais, teríamos estragado a noite!



                                         Moral da história:

   Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma
   palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para
   ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos
   razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história,
   tenho me perguntado com mais freqüência: 'Quero ser feliz ou ter razão?'
   Outro pensamento parecido, diz o seguinte: 'Nunca se justifique. Os
   amigos não precisam e os inimigos não acreditam. Passe este e-mail aos
   seus amigos, para ver se o mundo melhora... Eu já decidi.... EU QUERO
                             SER FELIZ e você?







       "Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não
                       acreditam. "


O sonho do religioso

"O que somos é um presente de Deus a nós!!!
O que nos tornamos é o nosso presente a Deus."
 
  
Conta-se que, certa feita, um renomado líder religioso teve um sonho.
Sonhou que se achava nos umbrais dos tabernáculos eternos.
Ali, um anjo montava guarda.
O religioso lhe indagou se no céu se encontravam os protestantes.
O anjo respondeu que no local não havia sequer um protestante.
Surpreso, o religioso questionou:
Os protestantes não alcançaram a salvação mediante o sangue de Cristo?
O anjo repetiu: Aqui não há protestantes.
Desconcertado, o líder prosseguiu no interrogatório:
Será que no céu estão os católicos romanos?
O representante celeste afirmou que naquele ambiente nem se conheciam os membros da Igreja Romana.
O religioso indagou, então, se lá se faziam presentes os partidários de Maomé ou de Buda.
O interlocutor asseverou que no céu não se encontravam nem uns, nem outros.
Intrigado, o religioso inquiriu:
Estará o paraíso desabitado?
O anjo respondeu que tal não acontecia.
Disse serem incontáveis os habitantes da Casa do Pai, a ocuparem todas as Suas múltiplas moradas.
Muito curioso, o ministro desejou saber quem eram os que se salvavam e a que religião pertenciam na Terra.
O guardião da entrada das celestes moradas esclareceu:
A todas e a nenhuma.
Aqui não se pensa em denominações ou dogmas.
Salvam-se os que visitam as viúvas e os órfãos em suas aflições.
Os que se guardam isentos da corrupção do século.
Salvam-se os que procuram aperfeiçoar-se, corrigindo-se de seus defeitos.
Os que renascem todos os dias para uma vida melhor.
Redimem-se os que amam o próximo.
Os que renunciam ao mundo, com suas fascinações.
Os que andam pelo caminho estreito: o caminho do dever.
Purificam-se os que obedecem a voz da consciência, não os reclamos do interesse.
Conquistam a Divina graça os que trabalham pela causa da justiça e da verdade.
Salvam-se os que buscam o bem comum e a felicidade coletiva.
O discurso do anjo se alongava, mas o religioso o interrompeu.
Afirmou que precisava voltar urgente ao cenário terreno, para modificar os rumos que imprimia em sua Igreja.
*   *   *
Essa lição é por demais preciosa.
Os homens costumam buscar o caminho mais fácil.
Não raro, buscam se convencer de que estão em boa senda apenas porque cumprem algumas formalidades religiosas.
Ou então se sentem puros e especiais porque se abstêm de alguns prazeres.
Entretanto, Jesus disse: A cada um segundo suas obras.
Para conquistar a plenitude, é preciso trabalhar com afinco para que a bondade e a pureza se implantem no mundo.
Tudo o mais é supérfluo.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. VIII, do
 livro Nas pegadas do Mestre, de Vinícius (Pedro de Camargo), ed. Feb.
Em 26.10.2010.
 

A diferença entre o céu e no inferno


Ele esteve lá
Conta-se que um poeta estava um dia passeando ao crepúsculo em uma floresta, quando de repente surgiu diante dele uma aparição do maior dos poetas, Virgílio. Virgílio disse ao apavorado poeta que o destino estava sorrindo para ele e que ele tinha sido escolhido para conhecer os segredos do Céu e do Inferno. Por mágica, Virgílio transportou-se e ao poeta, ainda apavorado com experiência tão súbita, ao velho e mítico rio que circundava o submundo. Entraram em uma canoa e Virgílio instruiu o poeta para remar até o Inferno. Quando chegaram, o poeta estava algo surpreso por encontrar um lugar semelhante à floresta onde estavam, e não feito de fogo e enxofre nem infestado de demônios alados e criaturas nojentas exalando fogo, como ele esperava.

Virgílio pegou o poeta pela mão e levou-o por uma trilha. Logo o poeta sentiu, à medida que se aproximava de uma barreira de rochas e arbustos, o cheiro de um delicioso ensopado. Junto com o cheiro, entretanto, vinham misteriosos sons de lamentações e ranger de dentes. Ao contornar as rochas, deparou-se com uma cena incomum. Havia uma grande clareira com muitas mesas grandes e redondas. No meio de cada mesa havia uma enorme panela contendo o ensopado cujo cheiro o poeta havia sentido, e cada mesa estava cercada de pessoas definhadas e obviamente famintas. Cada pessoa segurava uma colher com a qual tentava comer o ensopado. Devido ao tamanho da mesa, entretanto, e por serem as colheres compridas de forma a alcançar a panela no centro, o cabo das colheres era duas vezes mais comprido do que os braços das pessoas que as usavam. Isto tornava impossível para qualquer uma daquelas pessoas famintas colocarem a comida na boca. Havia muita luta e imprecações enquanto cada pessoa tentava desesperadamente pegar pelo menos uma gota do ensopado.

O poeta ficou muito abalado com a terrível cena, até que tampou os olhos e suplicou a Virgílio que o tirasse dali. Em um momento eles estavam de volta à canoa e Virgílio mostrou ao poeta como chegar até o Céu. Quando chegaram, o poeta surpreendeu-se novamente ao ver uma cena que não correspondia às suas expectativas. Aquele lugar era quase exatamente igual ao que eles tinham acabado de sair. Não havia grandes portões de pérolas nem bandos de anjos a cantar. Novamente Virgílio conduziu-o por uma trilha aonde um cheiro de comida vinha de trás de uma barreira de rochas e arbustos. Desta vez, entretanto, eles ouviram cantos e risadas quando se aproximaram. Ao contornarem a barreira, o poeta ficou muito surpreso de encontrar um quadro idêntico ao que eles tinham acabado de deixar; grandes mesas cercadas por pessoas com colheres de cabos desproporcionais e uma grande panela de ensopado no centro de cada mesa. A única e essencial diferença entre aquele grupo de pessoas e o que eles tinham acabado de deixar, era que as pessoas neste grupo estavam usando suas colheres para alimentar uns aos outros.

Robert B. Dilts e outros

FALANDO DE DISTÂNCIAS ENTRE CORAÇÕES

Mahatma Gandhi

 Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

 "Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?”

 "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.

 "Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?"

 Questionou novamente o pensador.

 "Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.

 E o mestre volta a perguntar:

 "Então não é possível falar-lhe em voz baixa?”

 Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

 Então ele esclareceu:

  ”Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?”

 O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas,

 Seus corações se afastam muito.

  Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

 Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

 Elas não gritam. Falam suavemente. E por que?

 Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

 E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem.

 É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.”

 Por fim, o pensador conclui, dizendo:

 "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam  palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será  tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

Para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.


Certo dia, num mosteiro, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O mestre (monge superior) convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.
O mestre, com muita tranqüilidade, falou:
- Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.
Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas:
- Aqui está o problema!
Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou uma espada, olhou o mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e... ZAPT! Destruiu tudo, com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o mestre disse:
- Você é o novo guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.
Um problema é um problema, mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, deve ser suprimido.
Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam espaço - um lugar indispensável para criar a vida.
Os orientais dizem:
"Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar fora o chá para, então, beber o vinho."
Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.
Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em sua mente. Vai ficar mais fácil ser feliz.
(Desconheço o autor)

Lindas mãos


      
 À beira de um riacho, algumas mocinhas conversavam, contando vantagens de suas lindas mãos. Uma delas mergulhou as mãos na água cintilante, e as gotas que caíam das suas palmas pareciam diamantes.
         - Olhem como minhas mãos são lindas! A água corre nelas como jóias preciosas - disse ela, levantando as mãos para as outras admirarem.
         Eram muito macias e brancas, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las em água fria e limpa.
         Outra mocinha correu para colher morangos e esmagou-os nas palmas das mãos. O suco escorreu pelos dedos como vinho pisado, até os dedos ficarem rosados como o céu ao sol nascente.
         - Vejam que lindas mãos as minhas! O suco de morango escorre por elas como vinho - disse ela, levantando as mãos para as outras admirarem.
         Eram muito rosadas e macias, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las com suco de morangos todas as manhãs.
         Outra mocinha colheu violetas e esmagou-as nas mãos, até ficarem muito perfumadas.
         - Olhem que lindas mãos as minhas! São perfumadas como as violetas dos bosques da primavera - disse ela levantando as mãos para que as outras admirassem.
         Eram muito macias e brancas, pois a única coisa que fazia com elas era lavá-las com violetas todas as manhãs.
         A quarta mocinha não mostrou as mãos, deixando-as no colo. Uma velha veio andando pela estrada e parou perto das mocinhas. Elas lhe mostraram as mãos, perguntando quais eram as mais belas. Para cada uma, ela balançou a cabeça e depois pediu para ver as mãos da última mocinha, que as mantinha no colo. ela levantou as mãos timidamente.
         - Hum, estas mãos estão bem limpinhas - disse a mulher - mas estão endurecidas pelo trabalho. Estas mãos ajudam os pais lavando as louças, varrendo o chão, limpando as janelas e semeando a horta. Estas mãos tomam conta do bebê, levam chá quente para a vovó e ensinam o irmãozinho menor como empilhar os toquinhos e empinar pipa. Sim, estas mãos andam muito ocupadas fazendo da casa um lar feliz, cheio de amor e carinho.
         Então a velha remexeu no bolso e retirou um anel de diamantes, com rubis mais vermelhos que o morango e turquesas mais azuis que a violeta.
         - Tome, use este anel, querida. Você merece o prêmio pelas mais belas mãos, pois são as mais úteis.
         E a mulher desapareceu, deixando as mocinhas sentadas à beira do riacho...