A mulher que via com as mãos

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Helen Keller não completara ainda 2 anos de idade quando foi atingida por uma doença que a deixou cega e surda para toda a vida. Durante alguns anos, ela foi, segundo as suas próprias palavras, "selvagem e indisciplinada", expressando-se com violência.



Mas aos 6 anos surgiu na sua vida a professora Ann Sullivan. Utilizando o sentido do tato como elo de ligação entre os mundos de ambas e escrevendo as palavras na mão da pupila, a nova professora tentou insistentemente dar a entender a Helen a relação entre as palavras e aquilo que elas significam.



O ponto de viragem deu-se com a palavra "água": enquanto a água de uma bica jorrava sobre uma das mãos da sua aluna, Ann Sullivan escrevia "água" na outra. "mantive-me quieta, toda a minha atenção concentrada sobre o movimento dos seus dedos", recorda Helen. "subitamente, senti a emoção de uma idéia que se repetia - e assim me foi revelado o mistério da linguagem." desde esse dia, Helen "viu" o mundo de outra maneira. O sentido do tato tornou-se para ela uma espécie de visão: "às vezes, é como se a própria essência da minha carne fosse uma miríade de olhos a ver... Não posso dizer se vemos melhor com as mãos ou com os olhos: sei apenas que o mundo que vejo com as minhas mãos é vivo, colorido gratificante."



Helen descobriu maneiras engenhosas de sentir as imagens e os sons: "por vezes, se tiver sorte, coloco suavemente a mão numa pequena árvore e sinto o feliz estremecer de um passarinho que canta." e por meio do tacto, ela conseguia "detectar o riso, a tristeza e muitas outras emoções obvias. Conheço as minhas amigas só por tocar-lhes as faces".



Helen Keller, sentia que o silêncio e a escuridão em que vivia lhe tinham aberto a porta para um mundo de sensações de que as pessoas mais "afortunadas" nunca se apercebem: "com os meus três guias fieis, o tato, o olfato e o paladar, faço muitas excursões ás zonas limites da cidade da luz."





Do "abc" da mente humana; Seleções do Readers Digest.





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Nascida em 27 de junho de 1880 no Alabama (EUA), Helen Keller foi excluída do mundo com um ano de idade: uma escarlatina deixou-a totalmente cega e surda. Helen foi crescendo como uma selvagem, num universo escuro e silencioso. Em 1887, sua vida deu uma guinada com a chegada de Anne Sullivan, uma ex-cega que aceitou o desafio de educá-la. Durante um mês, Sullivan ensinou a menina a soletrar palavras com os dedos de uma mão, enquanto tocava um objeto com a outra. Helen aprendeu. Só não sabia que estava formando palavras, porque não sabia que elas existiam... Certa tarde, Anne mergulhou a mão esquerda de Hellen num balde d’água e soletrou "água" com a outra mão. Repetiu várias vezes a operação e o milagre aconteceu: Helen entendeu que "água" era o nome do líquido que sentia pelo tato. Até o fim do dia, aprendeu mais 30 palavras. Em pouco tempo dominou o alfabeto braile, demonstrando incrível facilidade em ler e escrever. Aos 10 anos aprendeu a falar e propôs-se a cursar faculdade. Em 1904, formou-se com louvor, sendo a primeira cega e surda a completar um curso universitário. A partir daí dedicou-se à defesa dos direitos de mulheres, pobres e deficientes. Morreu em 1968.

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